Política
Políticos de Alagoas indicam apoios a PT e ‘terceira via’
Interesses locais estão sobressaindo às coligações partidárias anunciadas nacionalmente

Em nível nacional, as chapas presidenciais começam a ganhar corpo e o desenho eleitoral deste ano a cada dia fica mais nítido, mas nos estados, o ritmo dos arranjos parece estar, pelo menos, um passo atrás. Em Alagoas, muitos candidatos a governador já deram declarações de que não apoiarão os presidenciáveis de seus partidos ou não têm feito declarações em favor dos postulantes ao Planalto de suas legendas.
Para o cientista político Ranulfo Paranhos, mesmo sem o instrumento da verticalização das coligações, em algum momento o alinhamento partidário vai ocorrer, até por força das federações.
“A gente não tem a verticalização, que é aquilo que foi que virou experiência lá em 2002 porque os partidos rejeitaram para eleição seguinte, e isso dá certa folga para as negociações nos estados no atendimento aos interesses ‘paroquiais’ dos partidos”, comenta. “Agora, a gente tem que observar que esse ano não tem verticalização, mas tem federação. E em algum momento é preciso fazer adequação entre os interesses da federação, já essa junção de partidos dura quatro anos, e os interesses locais”, completa.
Um exemplo comentado por Ranulfo Paranhos é o caso da possível chapa Rodrigo Cunha (União Brasil), com a deputada estadual Jó Pereira (PSDB) como vice.
“Um bom exemplo disso aqui no estado de Alagoas é esse impasse do Rodrigo Cunha, agora no União Brasil, com Jó Pereira, no PSDB. Mas o PSDB compõe uma federação com Cidadania, o que retira, temporariamente, a deputada Jó dessa suposta vice de Rodrigo Cunha”, pontua. “Eu acho que as alianças locais sempre foram uma forma de atender os interesses locais e isso, não só faz parte do jogo, mas dá uma equalizada porque os partidos no Brasil não têm a mesma agenda no cenário nacional por inteiro. Então, os partidos dependem muito das alianças locais para implementar as suas agendas de interesse. Não estou falando de agenda ideológica, mas, sim de interesse partidário local”, completa Ranulfo Paranhos.
A situação dos palanques nacionais em Alagoas parece estar destoada da construção nacional. Outro exemplo é o fato de o PSB indicar o vice de Lula, do PT, mas o partido em Alagoas marchar numa chapa que terá outro nome para a Presidência da República.
O PSB em Alagoas vai apoiar o senador Rodrigo Cunha para o Governo do Estado, que por sua vez já declarou que apoiará para presidente um nome da “terceira via”.
Candidaturas não podem destoar das orientações
A formação das chapas locais parece correr em paralelo, sem considerar as articulações para a eleição presidencial, mas isso tem um limite porque os candidatos locais não podem desconsiderar as chapas formadas nacionalmente por seus partidos.
De acordo com o advogado eleitoral Gustavo Ferreira, “os candidatos locais eles não podem destoar da orientação partidária. Então, eles devem cumprir essas posições, sob pena de serem expulsos do partido. Óbvio, garantido contraditório e ampla defesa, até mesmo durante o período das eleições. Esta regra está prevista na legislação que regula os partidos políticos e também na legislação eleitoral, especificamente. O candidato que descumprir pode vir a ser expulso pela sua agremiação partidária ainda com a eleição em andamento”, explica o advogado.

Contudo, Gustavo Ferreira pondera que, muitas vezes, os partidos perdoam a infidelidade.
“Nem sempre a regra é cumprida, até porque, às vezes, o partido prefere uma infidelidade, mas ter os votos daquele candidato ou daquela candidata. São votos que ajudarão a eleger outras pessoas na localidade”, comenta ao ressalta que o trâmite de sanções internas nos partidos, por vezes, demora muito tempo e isso até tira o interesse das legendas em punir os infiéis.
“Às vezes, como esse processo é interno e demora, seu resultado só sai depois das eleições, já que um período eleitoral relativamente curto, acaba não havendo nem interesse do partido de entrar com o procedimento porque, efetivamente, não vai produzir efeito mais”, comenta Gustavo Ferreira.
PDT segue com Ciro e PSD ainda em conversas
Nacionalmente, a senadora do MDB, Simone Tebet, tentar compor uma chapa majoritária, seja como candidata a presidente, seja como vice, numa articulação que envolve o PSDB e o União Brasil. Mas o MDB em Alagoas, liderado pelo senador Renan Calheiros e pelo ex-governador Renan Filho, apoiará a candidatura do ex-presidente Lula.
O senador Renan Calheiros já defendeu publicamente que o MDB apoie o ex-presidente Lula na disputa presidencial deste ano, caso a legenda não tenha um candidato forte ou que apareça bem cotado nas pesquisas de intenção de voto.
Em Alagoas, o ex-governador Renan Filho durante as suas agendas de entrega de obra sempre destacou que o partido deveria marchar com o petista. Nos discursos ao público, o ex-governador deixava clara a sua posição pela candidatura do ex-presidente.
Já o PDT, que tem como candidato a presidente Ciro Gomes, segue sem chapa majoritária em Alagoas. O atual vice-prefeito de Maceió e ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, pode sair como candidato ao Senado ou a governador para garantir palanque ao presidenciável do PDT. Mas há quem aponte para a possibilidade de ele compor com o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeia, hoje no comando do PSD.
Até o momento, o PSD não definiu sua posição para a disputa presidencial, mas já há conversas para a legenda apoiar Lula, principalmente por conta da disputa em Minas Gerais.
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