A janela partidária encerra no próximo dia 1° de abril e até lá não é possível cravar qual será a configuração partidária em Alagoas. Os parlamentares estaduais e federais podem, até esta data, trocar de partido com quem troca de roupa. Mas até o fechamento desta edição, por conta da janela partidária, o MDB a maior legenda na Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Já na Câmara dos Deputados, até agora, só duas trocas partidárias.

Na Assembleia Legislativa Estadual (ALE), o MDB filiou, de uma vez, oito parlamentares na última quinta-feira (24).

Além do atual presidente da Casa de Tavares Bastos, deputado Marcelo Victor, assinaram a ficha de filiação do MDB os parlamentares Dudu Ronalsa, Gilvan Barros Filho, Bruno Toledo, Yvan Beltrão, Inácio Loiola, Flávia Cavalcante e Cibele Moura.

Os oito se somam a Galba Novaes, Olavo Calheiros, Breno Albuquerque, Ricardo Nezinho e Paulo Dantas. Ou seja, a legenda conta com 13 parlamentares.

Ronaldo Medeiros saiu do MDB e retornou ao PT; e Davi Maia deixou o DEM – que se fundiu ao PSL para formar o União Brasil – e foi para o PSDB.

Francisco Tenório (PMN), Jairzinho Lira (PRTB), Tarcizo Freire (PP) e Fátima Canuto (PSC) devem trocar de partido.

O MDB, caso Paulo Dantas assuma o governo no lugar de Renan Filho, que renuncia no fim deste mês para concorrer ao Senado, terá o ex-vereador de Maceió Lobão, que é primeiro suplente na chapa que elegeu os deputados emedebistas em 2018. Lobão era do PL, mas está filiado ao MDB.

Jó Pereira deixou o MDB e atualmente está sem partido e pode retornar ao PP.

Cabo Bebeto está filiado ao PTC, mas pode migrar para o PL, do presidente Jair Bolsonaro.

BANCADA FEDERAL

Até o fechamento desta edição, dos nove deputados federais, dois trocaram de partido: Tereza Nelma saiu do PSDB e foi para o PSD; e Nivaldo Albuquerque saiu do PTB e foi para o Republicanos.

Paulão (PT), Arthur Lira (PP) e Isnaldo Bulhões (MDB) não vão trocar de partido. Os demais, até o dia 1º de abril, podem migrar de legenda. Os mais prováveis são Sergio Toledo, do PL para o MDB; e Severino Pessoa, que negocia saída do Republicanos e Pedro Vilela também avalia deixar o PSDB.

Entre os senadores, especula-se que Fernando Collor (PROS) pode ir para o PL e Rodrigo Cunha (PSDB) para o PSB.

Até o fechamento desta edição, União e Brasil e PP não filiaram parlamentares estaduais e federais em Alagoas.

CIENTISTAS POLÍTICOS

Os cientistas políticos Ranulfo Paranhos e Luciana Santana destacam ser comum esse tipo de movimentação partidária às vésperas de eleições.

“Agora, veja um elemento. Na medida em que os partidos colocam nomes que consideram ter muitos votos nas eleições, eles criam uma competição interna. E isso é bom para o partido porque a legenda vai conquistar mais votos. Mais votos, mais chance de eleição. Do ponto de vista coletivo, para o partido, é bom porque cresce as chances de ter mais cadeiras”, comenta Ranulfo Paranhos.

Já Luciana Santana destaca que a maioria de migração sendo para o MDB, mostra que Arthur Lira passou por fragilização política nas últimas semanas em Alagoas. “Essa maior adesão ao MDB mostra que, de alguma maneira, Arthur Lira teve um processo de fragilização na relação com esses parlamentares. Essas adesões fortalecem mais a candidatura do Renan Filho ao Senado e, de alguma maneira, fortalece também a candidatura do Paulo Dantas ao Governo do Estado, como tampão e à reeleição”, analisa. “A partir de então, é sentir como esse jogo vai ser jogado, como também do outro lado o Arthur Lira e outras lideranças vão se comportar. E a gente também não pode desconsiderar o peso, hoje, que o Rui Palmeira [PSD] tem nessa disputa”, completa.