Política

Políticos intensificam agendas para ampliar bases eleitorais

Pré-candidatos ao governo estão cada vez mais presentes nas redes sociais e eventos nos municípios

Por Tribuna Independente 29/01/2022 12h09
Políticos intensificam agendas para ampliar bases eleitorais
Reprodução - Foto: Assessoria
Apontados como pré-candidatos a governador de Alagoas já estão intensificando suas agendas no estado para buscar a viabilização da candidatura. O senador Rodrigo Cunha (PSDB) que anunciou publicamente sua pré-candidatura ao governo de Alagoas no início do mês, de acordo com o levantamento do Inape feito recentemente, ele lidera a preferência do alagoano em relação ao governo do Estado. Ele esteve recentemente na Cooperativa dos Produtores Rurais de Arapiraca, onde em suas redes sociais destacou que a destinação de recursos do seu mandato vai poder melhorar a qualidade e expandir a comercialização dos produtos da cooperativa, beneficiando aproximadamente 600 famílias associadas. A reportagem da Tribuna tentou contato com o senador para saber como avalia essa corrida eleitoral e se essas agendas nos municípios são uma tendência para fortalecimento na disputa governamental, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno. Já o deputado estadual Paulo Dantas (MDB) - que aparece na segunda posição no levantamento do Inape, e apontado como candidato do então governador Renan Filho (MDB) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) - postou em suas redes sociais que esteve em Roteiro conversando com pescadores, marisqueiras, apicultores, ostreicultores e com recicladores sobre como incentivar o setor produtivo, divulgar o turismo e melhorar a vida do alagoano. Na postagem ele diz que está 100% comprometido com Alagoas. Quem também está de olho na disputa pelo governo do estado é o prefeito de Pilar, Renato Filho. Para tanto, ele se filiou recentemente ao MDB, do governador Renan Filho e contou com elogios tanto do Chefe do Poder Executivo, como do senador Renan Calheiros, ambos citaram Renato como um dos melhores prefeitos de Alagoas. À Tribuna, Renato disse que seu propósito sempre foi cuidar das pessoas e que foi assim que trabalhou para desenvolver a cidade do Pilar, sempre com foco na melhoria da qualidade de vida de todas e todos, principalmente daqueles que mais precisavam. “Nesse sentido, começamos a também percorrer o estado, não apenas para levar o nosso modelo de gestão, aprovado por mais de 90% da população, mas também, e principalmente, para ouvir as comunidades, conhecer a realidade de cada município, trocar experiências e propor novas soluções para velhos problemas”. Renato diz ter um projeto para Alagoas e que por isso tem conversado de forma transparente com várias lideranças. “Minha filiação ao MDB, por exemplo, é resultado não apenas da sintonia com o projeto do partido para Alagoas, mas também da afinidade de propósitos com o governador Renan Filho, outro jovem político cuja gestão vem transformando a vida das pessoas em todo o estado”. Já o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), vem usando suas redes sociais para mostrar o que foi feito pela sua gestão na capital do estado. À Tribuna, ele se limitou a dizer que as articulações estão acontecendo “e estamos trabalhando para montar chapas competitivas, tanto para deputado estadual quanto para federal em Alagoas. Devemos começar a percorrer o estado nos próximos dias, levando nossa mensagem e falando sobre o nosso trabalho em Maceió”. CORRIDA ELEITORAL De acordo com o cientista político Ranulfo Paranhos, o sucesso eleitoral está vinculado a alguns elementos, entre eles tem os recursos financeiros investidos nas campanhas eleitorais, o que hoje é especificamente traduzido em verbas públicas, ou seja, fundo eleitoral, mais fundo partidário, mais doações de pessoa física e autodoação. “Só que doação de pessoa física e autodoação tem limites. Então você tem que recorrer oficialmente a fundos de campanha e fundo eleitoral. A outra coisa é a imagem pessoal. Aí depende de como você tenta vender a sua própria imagem como um produto qualquer de uma prateleira de supermercado e de como o seu oponente constrói a sua imagem. Porque a sua imagem não depende só daquilo que você fala, mas é daquilo que o seu concorrente também fala. Qual das duas será melhor absorvida pelo eleitorado faz uma diferença. No final das contas na conquista do voto”, avalia Paranhos. Ranulfo destaca que há outro elemento que tem sido não preponderante, mas que faz a diferença que é a hereditariedade, ou seja, as heranças políticas. “Então, você pertence a uma família e por aí vai e tem uma coisa muito importante, não é? Seu dinheiro é muito importante na campanha, já foi até mais. Mas o que é importante também são as alianças. Essas alianças são traduzidas e sempre foram em partidos políticos aí uma aliança institucional, coligações, essa também é uma aliança institucional, mas as alianças que você busca fora do seu arco institucional político que são os aliados. Que vai desde o cara que é uma forte liderança de bairro numa cidade grande, numa cidade maior, a vereadores, e prefeitos, a prefeitos que perderam as eleições, mas que continuam na vida política ativa dos interiores. Então, ou seja, campanhas majoritárias, isso conta muito. Porque candidatos com cargo a governador precisam capilarizar a sua imagem dos municípios”. Para o cientista, fazer o corpo a corpo agora com os políticos é muito importante. No entanto, o corpo a corpo com o eleitorado é mais difícil porque do ponto de vista legal isso pode configurar crime, pode configurar a antecipação de campanha, mas o corpo a corpo com os políticos isso é fundamental porque a aliança também faz diferença na corrida eleitoral. “É óbvio que às vezes você tem todos esses elementos, hereditariedade, o maior arco de aliança, mais recurso financeiro e você esbarra num cara que tem uma empatia muito grande na sociedade e naquele momento não tem o que fazer. Então se você observar nesse momento o próprio Rodrigo Cunha tem muito mais vantagens nesse quesito, é mais aceito da própria imagem dele do que a gente falar de recursos do que a gente falar de arco de aliança, porque os concorrentes têm mais força nesse quesito”.