Política

Eleição nacional tende a não se reproduzir na local

Especialista analisa influência de candidaturas a presidente nos apoios dos parlamentares

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 04/12/2021 09h01
Eleição nacional tende a não se reproduzir na local
Reprodução - Foto: Assessoria

Até que ponto a eleição presidencial interfere nas eleições locais. A maioria da bancada alagoana no Congresso apoia Jair Bolsonaro (PL), mas seus partidos ou terão candidatos contra a reeleição do presidente ou apoiarão um dos concorrentes. Segundo a cientista política Luciana Santana, uma eleição, necessariamente, não interfere na outra.

“Às vezes, a gente vincula demais a eleição presidencial às eleições estaduais. O que acontece na esfera nacional não se reproduz na esfera subnacional e isso é normal, isso é comum, porque as características políticas em cada um dos estados é muito diversa. Então, isso faz com que a gente tenha essa situação. Eu não vejo que a gente tenha, necessariamente, essa relação”, explica.

Luciana Santana ainda pondera sobre a situação política de Jair Bolsonaro, tanto em nível nacional quanto em Alagoas.

“O que é Bolsonaro hoje? Quando a gente olha as pesquisas, aquele capital político que ele teve na última eleição não existe mais. Por exemplo, em Maceió, onde ele teve a maior votação no Nordeste, isso já está um pouco desidratado, a gente já reduziu isso”, comenta. “O que a gente tem hoje, é um presidente com uma baixa popularidade, mesmo com todos os investimentos que ele tem feito. E ele tem vindo aqui com muita frequência, foi indicado como cidadão aí honorário de Maceió e também ganhou o título também na Assembleia Legislativa, mas isso não reflete o que a maioria considera de Bolsonaro”, completa a cientista política.

Entretanto, ela ressalta que situação atual do presidente, em relação a sua avaliação, não é definitiva.

“Pode estar reduzindo espaço entre as forças políticas locais, mas está no lugar. Acho até que é natural que ele esteja, por si só, reduzido, principalmente, por causa de sua avaliação, muito mais negativa que positiva”, comenta Luciana Santana.

BANCADA

Dos integrantes da bancada federal alagoana na Câmara dos Deputados, as recentes movimentações políticas apontam que Sergio Toledo (PL), Nivaldo Albuquerque (PTB) e Arthur Lira (PP) devem apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro. No Senado, Fernando Collor (PROS) é declarado apoiador do presidente.

Mas outros nomes veem seus partidos lançarem candidatos, como é o caso de Marx Beltrão, do PSD, cuja sigla lançou rodrigo Pacheco, presidente do senado; E Pedro Vilela, do PSDB, que lançou João Doria, governador de São Paulo, como candidato da legenda.

Tereza Nelma, também do PSDB, é oposição a Jair Bolsonaro.

O MDB de Isnaldo Bulhões ainda não definiu que rumo vai tomar, mas a senadora Simone Tebet já declarou ter vontade de ser o nome da legenda no pleito de 2022.

O partido de Severino Pessôa, o Republicanos, deve marchar com Sergio Moro (Podemos). Uma reunião entre as legendas foi realizada há pouco tempo.

Sem falar que Lula é muito forte no Nordeste e, por pragmatismo, muitos desses nomes podem ignorar suas legendas e buscarem vincular sua imagem ao petista durante as eleições. E isso não a primeira vez.