Política

Desembargador é alvo de operação da Polícia Federal

Celyrio Adamastor é suspeito de participar de esquema de venda de sentença com um juiz e mais dois advogados

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 05/11/2021 09h52
Desembargador é alvo de operação da Polícia Federal
Reprodução - Foto: Assessoria
O desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Cerylio Adamastor, é alvo da operação “Pecunia non olet”, da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã de quinta-feira (4), que investiga a venda de sentenças a um grupo educacional. Mandados foram cumpridos em cidades de Alagoas e em Curitiba, capital do Paraná. O inquérito tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) Segundo a assessoria de comunicação da PF em Alagoas, “a investigação aponta que agentes públicos e advogados intermediaram o retardamento de julgamento e proferimento de decisões favoráveis no interesse de uma empresa do ramo da educação com a contrapartida de pagamentos de gastos do magistrado”. Além do desembargador, também são alvo da PF o juiz Ivan Brito; um sócio da Faculdade Raimundo Marinho, Antônio Manoel; dois advogados identificados como Fernando Costa e Felipe de Pádua; e o dono de um cartório da região norte do estado, Vitor Sarmento, e seu irmão, identificado como Tiago. Nenhum deles se pronunciou publicamente sobre o caso até o fechamento desta edição. E a reportagem não conseguiu contatá-los. Em nota assinada pelo desembargador José Carlos Malta Marques, o TJ/AL relata ter recebido uma comissão de delegados da PF para o cumprimento dos mandados de busca a apreensão “e viabilizou o acesso aos locais, aos setores e aos documentos necessários à apuração de todas as informações solicitadas”. OAB Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas informa ter acompanhado a operação da PF “com o objetivo de resguardar as prerrogativas dos advogados alvos de mandados de busca e apreensão”, diz a nota da OAB. OUTRA VEZ Esta não é a primeira vez que o Fernando Costa se envolve numa operação por venda de sentença. Em 2010, ele teve prisão decretada após investigações do Ministério Público de Alagoas. Ele foi candidato a desembargador pelo Quinto Constitucional em 2009.