Política

Deputado acusa MP e TJ/AL de 'tramarem crime' contra ele

Antonio Albuquerque diz estar sendo incriminado por suposta acusação de mandar matar acusado de atentar contra vida de seu filho

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 21/10/2020 07h51
Deputado acusa MP e TJ/AL de 'tramarem crime' contra ele
Reprodução - Foto: Assessoria
Em um pronunciamento forte, o deputado Antonio Albuquerque (PTB), usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) na sessão ordinária desta terça-feira (20) para relatar uma possível “trama” do Ministério Público Estadual (MPE), do Tribunal de Justiça (TJ) e das forças de segurança pública de Alagoas para incriminá-lo pela morte de suspeitos de tentarem matar seu filho, hoje deputado federal, Nivaldo Albuquerque (PTB), fato ocorrido em 2012 em uma das fazendas da família do parlamentar. “Em um passado não muito recente já fui vítima de uma perseguição inominável. Chegando inclusive a ser preso. Preso por um crime que não havia cometido. O TJ [Tribunal de Justiça], por unanimidade de seus membros, sequer recebera a denúncia feita contra mim de tão infundada, absurda e criminosa que era ela. Agora, tomo conhecimento de bastidores que uma nova trama se monta contra mim. No MPE, no Poder Judiciário e em segmentos da força pública, Polícia Civil e Militar, onde ali urdem de forma criminosa mais uma canalhice inominável contra a minha pessoa. Desta feita para me acusarem de ter matado ou mandado matar bandidos que atentaram contra a vida do meu filho. Que fique registrado nos anais desta Casa que não matei, infelizmente, os homens que atiraram no meu filho, porque não tive oportunidade, se tiver ou se tivesse faria sem nenhum constrangimento”. MORTE E PENA DA LEI O parlamentar fez questão de lembrar que há, inclusive, um dos suspeitos da tentativa contra o seu filho, respondendo pelo crime dentro do sistema prisional, mas que se ele tivesse a “alegria” de vê-lo pessoalmente, o matava. “Mato e respondo na forma da lei. Como farei com qualquer um que atente contra a vida minha, do meu filho ou dos meus amigos que comigo privam das horas boas e das horas amargas. Guardo em meu coração a determinação e a coragem necessárias para enfrentar de frente tantos e quantos necessários se tornem na defesa da minha honra, da minha cidadania e da minha família”. Num tom mais áspero, o deputado disse estar antecipando os fatos para informar que daquela vez que foi preso “sem ter feito nada, como agora tentam mais uma vez fazer”, a sua reação foi uma, mas que agora será da proporção da sua indignação e que vai reagir não apenas na lei, mas também materialmente. Ele destaca que toda essa situação pode ter relação com a possibilidade de ele ser um dos nomes para a disputa pelo governo de Alagoas em 2022. “O que mais me chama atenção é que eu pensava que estávamos apenas discutindo as eleições de 2020, mas isso que está acontecendo aponta para que o que já está sendo discutido agora são as eleições de 2022, as eleições para o Governo de Alagoas e porque modéstia à parte o meu nome tem figurado entre aqueles que podem, no seu direito livre, soberano democrático, disputar as eleições majoritárias de 2022, já começam a repetir comigo as perseguições que me foram dirigidas no passado recente da história do meu estado”. Parlamentar garante não aceitar mais decisões teratológicas   O deputado estadual Antonio Albuquerque disse ainda que vai dirigir ao chefe do Ministério Público Estadual, o procurador-geral de Justiça, Márcio Tenório e ao presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Tutmés Airan, para deixar claro que não vai mais, de forma cidadã, receber em sua porta nenhum tipo de decisão “teratológica”. “Muito mais voraz e violenta se necessário se tornar será a minha reação porque será a reação de um cidadão indignado que não aceita mais por razão nenhuma está à mercê da covardia de políticos que sabem que andam a passos largos na direção da sua insuficiência”. Após o discurso de Antonio Albuquerque, o presidente do Poder Legislativo, Marcelo Victor (SD) se colocou em favor do colega de parlamento. “Vossa excelência fez um pronunciamento forte e que nos deixa preocupados. O que o senhor viveu e eu sou testemunha, porque lhe acompanho há muitos anos, vossa excelência é o deputado mais antigo desta casa foi de uma perseguição, de uma violência sem tamanho. Mas o senhor é um sobrevivente. Está aqui exercendo cidadania, sendo um republicano e um democrata de verdade. Conte comigo, não irei permitir que nenhum deputado sofra atentado seja ele oficial ou oficioso. A lei tem que ser cumprida para o cidadão comum e para nós também. Não há de se aceitar, quero crer que alguns poucos, criem historias para acusar um inocente, que é vossa excelência. O que fizeram com o seu filho é que é errado. Vossa excelência é vítima e não agressor”. TJ E MPE A reportagem da Tribuna Independente procurou o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, para saber se ambos iriam se posicionar sobre o discurso do deputado Antonio Albuquerque. Em resposta, tanto a assessoria do Tribunal de Justiça quanto a do Ministério Público Estadual informaram que os respectivos chefes dos poderes não se pronunciariam sobre o discurso do deputado Antonio Albuquerque. SSP A Secretaria de Estado da da Segurança Pública não informou se o acusado de tentar contra a vida do filho do deputado está detido no sistema prisional ou se foi assassinado.