Em Maceió há somente duas pré-candidatas mulheres, dentre os 11 pré-candidatos anunciados até o momento. Valéria Correia, pré-candidata a prefeita pelo PSOL, e Lenilda Luna, pela Unidade Popular (UP). Para elas, o machismo não será o principal obstáculo nesta eleição.

Para Valéria Correia, o machismo não é o problema principal porque Maceió tem 53% de sua população de mulheres. Ela ainda lembra sua passagem frente à Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em que geriu o terceiro maior orçamento do estado, com a maioria dos cargos, segundo ela, ocupados por mulheres.

“A sociedade vem compreendendo que já passou da hora de incluir as mulheres nos espaços do poder, pontua a ex-reitora da Ufal. “Temos um desafio muito grande pela frente. O período pós-pandemia será muito difícil para o mundo e para a cidade de Maceió, devido ao crescimento do desemprego, pelos problemas estruturais, como as condições sanitárias da cidade e o caso do afundamento dos quatro bairros afetados pela ação destrutiva da mineração, sobre o meio ambiente. Sem falar nas condições de mobilidade urbana”, completa.

Já Lenilda Luna avalia que o machismo é um obstáculo, mas que o maior desafio será o poder econômico, representado, segundo ela, pelas velhas oligarquias políticas, que sempre buscam novos rostos para defender seus interesses, com os mesmos sobrenomes.

“Eu acredito que as pautas das mulheres estão alcançando mais espaço de debate na sociedade. Mais creches públicas, ampliação da licença maternidade, postos de saúde bem equipados nos bairros, são reivindicações das mulheres trabalhadoras que toda a família apoia. Minha campanha representa as reivindicações da classe trabalhadora e essa luta coletiva é capaz de superar o machismo”, afirma Lenilda Luna.

VICES

Quatro chapas terão mulheres como vices: Elida Miranda, na chapa do PT que tem Ricardo Barbosa candidato a prefeito; Inês Falcão, vice de Josan Leite, do Patriota; Vânia Gomes, vice de Lenilda Luna; e Marivone Loureiro, na chapa do PCdoB encabeçada por Cícero Filho.