Política

Eleição passa pelos bairros afetados

Pré-candidatos no pleito deste ano terão que conviver com a desconfiança de moradores de Pinheiro, Mutange e Bebedouro

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 25/07/2020 12h52
Eleição passa pelos bairros afetados
Reprodução - Foto: Assessoria
As associações de mo­radores dos bairros que estão com suas residências comprometidas por conta de rachaduras no solo provocadas pelas ativi­dades de mineração da em­presa Braskem, segundo re­latório do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), rejeitam a ideia de que políticos pos­sam resolver os seus proble­mas e avaliam que por meio da Justiça irão conseguir re­parar todos os danos causa­dos pela atividade petroquí­mica da mineradora. Apesar deste cenário de rejeição neste primeiro mo­mento, a eleição para a ca­pital alagoana passa, obri­gatoriamente, pelos bairros afetados pelas atividades da Braskem, a exemplo do Pinheiro, Mutange e Bebe­douro. Líderes das associações foram entrevistados pela Tribuna para saber se eles estariam preparando algum documento com reivindica­ções para apresentar aos pré-candidatos a prefeito de Maceió e se acreditavam que o momento eleitoral se­ria propício para buscarem reparações. Para Maurício Mendes, presidente da Associação Comunitária Conjunto Go­vernador Divaldo Surua­gy (Ascords) do bairro do Pinheiro, a política deixou muito a desejar e não houve apoio à comunidade quando eles mais precisavam. “Não quiseram enfren­tar a mineradora poderosa. Na verdade, não pleiteamos nada aos políticos, uma vez que o bairro e o conjunto em si não têm mais como ser habitado. O momento da eleição é propício para opor­tunistas que enxergam na desgraça de muita gente a chance de se autopromover e com certeza tentar se ele­ger nas próximas eleições. Muitos políticos e muitos oportunistas irão sim usar a nossa problemática com o intuito de levar vantagem e vão aparecer muitos falsos profetas”, disse. O líder do movimento Pi­nheiro em Alerta, Joelinton Barbosa, avalia que o pro­blema dos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto vão além da política, pois se trata de uma tragé­dia para o município e o es­tado. “Acho que era obrigação desses candidatos terem apoiado e lutado por uma solução de indenização. Isso, lamentavelmente, não aconteceu e os poucos que se dispuseram em sua grande maioria foi pensando no in­vestimento político que está por vir. Uns até tentaram, mas quando viram que o pro blema era muito grande op­taram por se afastar e estão chegando agora para serem os ‘salvadores da pátria’. Cabe a população saber jul­gar. O momento já está sen­do usado politicamente e in­felizmente teremos muitas vítimas e um grande prejuí­zo para a sociedade, municí­pio e estado”, destacou. De acordo com o presi­dente da associação dos mo­radores do Bebedouro, Au­gusto Cícero, a maioria dos políticos alagoanos foram omissos com a problemática da Braskem e que por isso não acredita que o momen­to político venha para fazer reparações. O líder do movimento em defesa dos moradores do Mutange, Arnaldo Manoel, também avalia que a situa­ção da Braskem não tem nada a ver com a questão política. “Não vai ser político que vai interferir com essa si­tuação que nós estamos vivendo. Isso tem que ser uma situação direta entre Braskem e morador de cada residência e se político en­trar no meio estraga”. LEIA MAIS NA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE DESTE FIM DE SEMANA ­