Política

Partidos tentam emplacar modelo de mandatos coletivos

Iniciativa política com êxito em outros estados chega a Maceió puxada pelo PT e tem adeptos também no PSDB e PSOL

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 18/07/2020 10h18
Partidos tentam emplacar modelo de mandatos coletivos
Reprodução - Foto: Assessoria
Experimentado em moldes menos estruturados e diferentes desde 1994, o modelo de mandato coletivo – em que a cadeira parlamentar é assumida por um grupo em vez de um indivíduo – ganha adeptos para a corrida eleitoral em Maceió. Partidos como o PT, PSDB e PSOL já confirmaram que terão candidaturas coletivas. Mesmo sem o reconhecimento da Justiça Eleitoral, a única exigência é a de que um dos integrantes se apresente como “cabeça de chapa”, sendo visto como ‘candidato oficial’, apesar da construção coletiva. Outra situação que deve fazer as candidaturas coletivas crescerem é o fato dos partidos não poderem mais se coligar na disputa por cargos proporcionais. De acordo com o presidente do diretório municipal do PT, Marcelo Nascimento, o período o período atual exige novas formas de organização partidária e de fazer política, muito diferente daquela em que o PT deu seus primeiros passos durante os anos 80. “O Diretório Municipal do PT em Maceió está estimulando essa nova forma de configuração política das candidaturas proporcionais, tendo em vista que esse novo modelo rompe com a forma tradicional de fazer política dando lugar a construção coletiva das candidaturas e dos mandatos, com pluralidade de gênero, sujeitos sociais e de ideias, ao invés de reforçar o culto ao personalismo, patriarcado e ao caciquismo político. A superação do modus operandi tradicional de fazer política requer esforços criativos, dialética e abertura para compreender que vivemos em constante mudança de paradigmas, dando lugar ao novo na cena política”. Além da candidatura do “Coletivo Maceió” composto pelos militantes sociais Zé Roberto (coordenador do grupo), Gustavo Pessoa e Sandro Regueira, o PT terá também outras candidaturas nesse formato, a exemplo do coletivo “É pela vida das mulheres!”, composto por cinco mulheres profissionais de áreas distintas e ativistas de movimentos sociais, Ana Pereira (coordenadora), Mauriza Cabral, Jorgina Sales, Eulina Neta e Luila de Paula com apoio de professoras universitárias e outros grupos de mulheres. “Há notícias de que poderão surgir outras candidaturas coletivas, embora ainda em estágio de discussão inicial. A participação democrática do conjunto de filiados e filiadas da formatação das candidaturas é fundamental para garantirmos um maior entusiasmo e engajamento da militância nesses coletivos”. Marcelo avalia como legítima e democrática essa forma de conceber as candidaturas e os futuros mandatos parlamentares, a partir da perspectiva do colegiado que segundo ele, é o verdadeiro conselho gestor do mandato que deve sempre está a serviço de um projeto político voltado para a população em geral, mais também para a os setores mais vulneráveis socialmente buscando justiça social e melhores condições de vida. “Neste sentido, estão sendo ofertados em parceria com a Fundação Perseu Abramo cursos de formação política, assessoria jurídica, contábil e de comunicação e marketing. Nossa meta é eleger um ou dois vereadores em Maceió, a partir da chapa composta por mais de 30 candidaturas de diferentes setores da sociedade maceioense. O principal desafio do PT nas eleições municipais de 2020 é construir candidaturas com forte oposição ao governo Bolsonaro buscando aliados que acreditam na defesa da Democracia em resistência ao desmonte das políticas públicas e do Estado brasileiro”, destacou Marcelo.