Política

'Não sou coveiro, tá?', diz Bolsonaro ao responder sobre mortos por coronavírus

Até esta segunda-feira, o Brasil registrava 2.575 mortes e 40.581 casos confirmados de pessoas contaminadas pelo coronavírus

Por G1 20/04/2020 21h13
'Não sou coveiro, tá?', diz Bolsonaro ao responder sobre mortos por coronavírus
Reprodução - Foto: Assessoria
Ao responder nesta segunda-feira (20) à pergunta de um jornalista sobre o número de mortes por coronavírus no país, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não é "coveiro". Bolsonaro deu a declaração no final da tarde, na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, enquanto conversava com jornalistas e apoiadores. Segundo o Ministério da Saúde, até esta segunda-feira, o Brasil registrava 2.575 mortes e 40.581 casos confirmados de pessoas contaminadas pelo coronavírus. "Presidente, hoje tivemos mais de 300 mortes [são 113; depois de divulgar, o Ministério da Saúde corrigiu]. Quantas mortes o senhor acha que...", perguntava um jornalista quando Bolsonaro o interrompeu. "Ô, cara, quem fala de... Eu não sou coveiro, tá certo?", declarou o presidente. O repórter, então, tentou fazer novamente a pergunta. "Não sou coveiro, tá?", repetiu o presidente da República. Pela manhã, ao sair do Palácio da Alvorada, ao fazer um comentário sobre a epidemia, Bolsonaro disse que 70% da população será contaminada e "não adiante querer correr disso". "Aproximadamente 70% da população vai ser infectada. Não adianta querer correr disso. É uma verdade. Estão com medo da verdade?", afirmou. Segundo ele, "houve uma potencialização das consequências do vírus". "Levaram o pavor para o público, histeria. E não é verdade. Estamos vendo que não é verdade. Lamentamos as mortes, e é a vida. Vai morrer", afirmou. No último dia 29, após voltar de um passeio por Brasília, Bolsonaro repetiu o argumento de que todos vão "morrer um dia" e disse que para se enfrentar o vírus é necessário agir "como homem". "Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia."