Política

Posição de Bolsonaro sobre crise com Irã cria tensões no Itamaraty e em setores militares

Apoio a Trump na crise entre os EUA e o Irã foi duramente criticada por colocar em risco os interesses nacionais, abandonar o respeito à soberania e a tradição diplomática do país

Por Brasil 247 06/01/2020 08h47
Posição de Bolsonaro sobre crise com Irã cria tensões no Itamaraty e em setores militares
Reprodução - Foto: Assessoria
Os diplomatas brasileiros que seguem a cartilha do Departamento de Estado dos EUA serão cobrados e testados por essa aliança com a Casa Branca na crise com o Irã. O momento em que isso vai acontecer será durante uma conferência que se realizará no Brasil, em um mês. Nos dias 5 e 6 de fevereiro, o governo brasileiro aceitou sediar um encontro entre aliados militares dos EUA para debater a situação no Oriente Médio e no Golfo Pérsico, informa o jornalista Jamil Chade . Oficialmente, a reunião faz parte do Processo de Varsóvia e teria como função o debate de assuntos relacionados à crise humanitária e refugiados, numa agenda que já havia sido estabelecida em dezembro. O Processo de Varsóvia foi lançado pelo governo Trump na capital polonesa no início de 2019 com o objetivo de reposicionar os EUA na região. Mas, nos bastidores, o projeto tem um só objetivo: conter o Irã. Levando em consideração os encontros dos últimos meses, nenhum das demais potências deve fazer parte da iniciativa. China e Rússia alertam que o processo é uma forma diplomática que os americanos encontraram para planejar o Oriente Médio e o Golfo sem o Irã. A França também se recusou a participar da iniciativa. Na região, os participantes são os aliados americanos: Afeganistão, Bahrein, Jordânia, Emirados Árabes e Arábia Saudita, além dos israelenses.