Política

Em Maceió, vice-presidente defende reforma da previdência e liberalismo econômico

Imprensa foi barrada no local, tendo que acompanhar a palestra de uma sala

Por Reportagem: Carlos Victor Costa 03/10/2019 19h08
Em Maceió, vice-presidente defende reforma da previdência e liberalismo econômico
Reprodução - Foto: Assessoria
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), esteve nesta quinta-feira (3) em Maceió a convite do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra, e barrou a imprensa de acompanhar in loco sua palestra na Casa da Indústria. Os jornalistas tiveram que ficar em uma sala em separado e assistir a apresentação por uma televisão. O detalhe é que o Palácio do Planalto exigiu um extenso rito de credenciamento, com a cobrança de inúmeros dados e documentos para poder ter acesso ao vice-presidente da República, mas na hora do evento em Maceió, o militar sequer dedicou dois minutos aos jornalistas. Apenas a EBC teve acesso à palestra in loco. Também não foi dada nenhuma justificativa dos motivos que levaram a Vice-Presidência a manter os jornalistas longe do general Mourão. Contudo a postura não é de tanta estranheza, já que a relação do Governo Federal com a imprensa não é a das mais satisfatórias.  No mês de março, por exemplo, o vice-presidente participou de eventos em federações da Indústria do Amazonas e de São Paulo e concedeu entrevistas coletivas em ambos os casos.

Sala onde ficou a imprensa durante o evento - Foto: Fiea

Palestra Antes de iniciar a palestra do general, o presidente da Fiea, José Carlos Lira, destacou principalmente em seu discurso que a atitude e o pensamento do novo governo coincidem com a da classe empresarial, que é justamente o pensamento liberal de tirar o "Estado corrupto e lento e deixar que as empresas sobrevivam". Em sua apresentação para autoridades estaduais e lideranças do setor produtivo alagoano, o vice-presidente fez uma prestação de contas dos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e falou também sobre a questão econômica e política do país. Mourão destacou ainda que o desafio é enfrentar a gestão econômica, “com o viés para tirar o Estado e implantar o liberalismo econômico”. Ele discorreu também sobre os episódios políticos e econômicos do século XIX e a nova ordem mundial, o iluminismo. Mourão lembrou os conflitos do mundo moderno e a pressão política e econômica militar, citando os governos da Venezuela e do Peru. “A missão é restaurar nossa pátria, libertando-a do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica. Queremos para o futuro fazer do país a maior democracia liberal do Hemisfério Sul”, disse. O vice-presidente aproveitou a ocasião para defender alguns pontos que ele acha primordial para o desenvolvimento do país, como a Reforma da Previdência que ainda tramita no Senado, além da implantação do voto distrital no País, como  forma de baratear os custos das eleições e aproximar eleitores de candidatos. Mourão pontuou ainda as prioridades do governo nas áreas da Segurança Pública e Meio Ambientem e que para o Brasil voltar a crescer é necessário modernizar o Estado, a máquina pública, ter uma gestão profissional no setor público, fazer a reforma tributária e seguir a agenda das privatizações e concessões.   Leia mais sobre o assunto na edição impressa da Tribuna Independente desta sexta-feira (4)