Política

Concessão é vista com preocupação por Urbanitários

Para o presidente do sindicato, iniciativa privada visa apenas o lucro ao explorar serviços de saneamento e esgoto

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 03/10/2019 08h40
Concessão é vista com preocupação por Urbanitários
Reprodução - Foto: Assessoria
O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas vê com preocupação a possibilidade do serviço de esgoto e saneamento da região metropolitana de Maceió ficar a cargo de uma empresa privada, através de uma concessão deste serviço. À Tribuna Independente, o presidente do sindicato, Nestor Silva Powell, disse que vai analisar o projeto com mais profundidade, mas que a princípio observa que se a concessão ocorrer haverá riscos de inviabilização da Casal. “Estamos fazendo uma análise em cima desse projeto, amanha (hoje) terá uma reunião nos Urbanitários sobre o assunto. Vemos com grande preocupação sim, porque entendemos que esse projeto inviabiliza a empresa a continuar prestando seus serviços, inclusive no interior, principalmente no interior”. Nestor explica ainda que existe um déficit da universalização da distribuição de água, mas que já está no patamar bem razoável e aceitável. “A questão do esgotamento sanitário é mais crítica. Essa a gente pode inclusive fazer um debate e ver qual a melhor alternativa, inclusive com as parcerias. Agora não dá para iniciativa privada entrar no sistema de distribuição de água, que já está pronto, apenas com o intuito do lucro. O objetivo é o lucro e aí a consequência do lucro a gente sabe que para se atingir isso tem o aumento nas tarifas”. CONCESSÃO Em entrevista para a reportagem da Tribuna Independente na edição desta quarta-feira (2), o secretário de Infraestrutura do estado, Maurício Quintella negou a privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e explicou que o que deve ocorrer é uma concessão deste serviço. “As pessoas confundem uma coisa com a outra. Privatização é quando você vende a empresa, foi o que aconteceu com a Ceal que foi vendida para a Equatorial. A concessão é diferente. Você pega determinado serviço público ou parte dele, faz um leilão e depois esse ativo volta para o estado”. O secretário disse ainda que o que está sendo proposto é apenas a concessão da parte de esgotamento sanitário da região metropolitana de Maceió, ou seja, os últimos 30% que falta contratar para Maceió, para se investir em esgoto e os municípios que formam a região metropolitana. “Nós queremos universalizar Maceió em seis anos e toda região metropolitana em saneamento em 15 anos e em água em 10 anos. Mas ainda estamos na estruturação do projeto”, disse. Maurício Quintella ressaltou que está previsto um valor mínimo de R$ 250 milhões pela concessão do esgoto de Alagoas. “Serão 35 anos de concessão, com investimentos durante todo o período. A gente precisa garantir uma outorga, ou seja, a Casal quando passa para a iniciativa privada a distribuição e a comercialização da água e do esgoto, esse serviço tem um valor. A Casal deverá receber uma outorga que a gente estima que seja no mínimo de R$250 milhões que vai para o caixa da Companhia para fazer investimentos”.