Política

Correios entram em greve em Alagoas

Paralisação ocorre em todo o país, após diversas tentativas de acordo com a estatal; categoria quer 6% de reajuste salarial

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 12/09/2019 08h43
Correios entram em greve em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Após assembleia, funcionários dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A categoria vinha desde junho tentando negociar com a empresa, mas não houve acordo. Cerca de 90% do trabalho operacional será paralisado. Os Correios em Alagoas possuem pouco mais de 960 trabalhadores. As informações são do secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Alagoas (Sintect/AL), Altannes Hollanda. Ele explicou que a categoria entregou as pautas de negociações para a empresa ainda em junho, mas que a proposta da estatal era de retirada dos direitos dos trabalhadores. “A última proposta apresentada por eles era de retirada de praticamente todos os benefícios que tínhamos no acordo coletivo e um reajuste de 0,8% aí rejeitamos em assembleia. Depois solicitamos ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) uma mediação porque a empresa não estava querendo negociar, o TST fez uma reunião de mediação, pediu a prorrogação do nosso acordo coletivo por mais 30 dias para que nesse período a gente negociasse, aceitamos, a empresa aceitou, porém nos 30 dias de prorrogação a empresa sequer recebeu a gente nenhuma vez”, explicou Altannes, que destacou ainda que desde o início do mês a categoria está sem o acordo coletivo e que por isso não restou alternativa a não ser a decretação da greve. Os servidores querem 6% de reajuste salarial, mas a empresa propôs 0,8% e corte em benefícios contidos no acordo coletivo da categoria. PRIVATIZAÇÃO Os Correios estão na mira do ministro da Economia Paulo Guedes para ser privatizado, mas por enquanto isso está em stand by, já que a prioridade número 1 é a reforma da Previdência. Assim que o tema sair do Congresso, a venda da estatal deve voltar ao centro das discussões governamentais. Sobre essa possibilidade de privatização, Altannes disse que a categoria vem realizando visitas aos gabinetes dos parlamentares do estado, além de fazer um abaixo-assinado em conjunto com os demais sindicatos dos Correios no país, para conseguir no final das ações cinco milhões de assinaturas e entregar o documento ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. “Estamos na luta contra essa política privatista”.