Política

Organizações Arnon de Mello volta a demitir mais jornalistas

Na segunda, 11 foram desligados da TV Gazeta e do Portal G1; caso será incorporado à ação de reintegração aberta em julho

Por Texto: Carlos Amaral com Tribuna Independente 27/08/2019 11h01
Organizações Arnon de Mello volta a demitir mais jornalistas
Reprodução - Foto: Assessoria
As Organizações Arnon de Mello (OAM) voltou a demitir jornalistas. Na última segunda-feira (26), até o período da tarde, a empresa pôs para fora onze profissionais, todos da TV Gazeta e do portal G1. Destes, oito estavam entre os 15 demitidos após a greve da categoria dos três maiores grupos de comunicação de Alagoas e reintegrados por decisão liminar da Justiça do Trabalho. As demissões recentes serão incorporadas ao processo de reintegração dos 15 demitidos logo após a greve, uma vez que seu mérito ainda não foi julgado e a volta deste se deu por decisão liminar. “Além da prática antissindical, a empresa descumpre a decisão do dissídio coletivo, que deu três meses de estabilidade e a própria decisão liminar das primeiras demissões”, comenta Izaías Barbosa, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal). O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas já foi informado das demissões. O órgão, através de sua assessoria de comunicação, explica que a ação de reintegração cujo mérito ainda não foi julgado não especifica nomes e, portanto, caso obtenha decisão favorável, os recém-demitidos também serão beneficiados. Contudo, a instituição ainda aguarda por mais informações. “Na quarta-feira [28], após saber a quantidade exata e as circunstâncias das demissões, avaliaremos qual medida tomar. Até porque estamos nos aguardo da decisão judicial, no caso a sentença, que pode determinar a retomada dos profissionais demitidos, agora no julgado do mérito. A nossa ação foi genérica quanto aos nomes. Ou seja, não se vincula apenas aos que foram demitidos no início de julho e, se sair favorável ao pedido do MPT, beneficiará aos que foram demitidos agora também”, explica a assessoria de comunicação do MPT em Alagoas. Segundo Izaías Barbosa, a OAM garantiu aos demitidos pagamento de débitos trabalhistas, mas o presidente do Sindjornal duvida da promessa da empresa. “Eles estão dizendo aos demitidos que liberam a chave do FGTS e o Seguro-desemprego até o dia 5, mas isso é balela. Não pagaram nada dos 40 demitidos em novembro do ano passado, vão pagar os demitidos agora? Dinheiro, a gente sabe que eles têm, mas não vão pagar”, afirma o sindicalista. A reportagem contatou Luiz Amorim, diretor-executivo da OAM, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. A Tribuna também tentou contato com alguns dos jornalistas demitidos, mas também sem resposta até o fechamento desta edição. GREVE No dia 25 de junho, os jornalistas da OAM, Pajuçara Sistema de Comunicação e Grupo Opinião entraram em greve após proposta de redução do piso salarial da categoria em 40%. Vitoriosa, a paralisação de nove dias destes profissionais lhes garantiu aumento em 3% do piso salarial e estabilidade de 90 dias aos grevistas no Tribunal Regional do Trabalho.