Política

Ex-tesoureira cobra R$ 89 mil de sindicato

Ex-presidente do Secea não acionou Justiça para receber salários, como informou a Tribuna

Por Jairo Silva com Tribuna Independente 22/08/2019 10h00
Ex-tesoureira cobra  R$ 89 mil de sindicato
Reprodução - Foto: Assessoria
Ao assumir a coordenação do Sindicato dos Empregados do Estado de Alagoas (Secea) no mês de abril, a nova direção se deparou com um montante de dívidas de mais de R$ 3 milhões, relativas à antiga gestão. Segundo o sindicato, além dos 17 funcionários demitidos em novembro, antes da Junta Governativa do MPT assumir no dia 20/11/2018, a junta se deparou com uma leva de processos contra o sindicato relativos às verbas rescisórias, inclusive com bloqueio de saldo. De acordo com o diretor do sindicato Dirceu Eloi, a entidade vem trabalhando para colocar em dia as finanças e atender os comerciários. “Estamos fazendo campanha de sindicalização para ampliar os direitos para os trabalhadores. Com relação às dividas, estamos negociando e vendo a melhor forma de pagar parceladamente”. No entanto, ao contrário do que foi divulgado na edição de ontem da Tribuna Independente, o ex-presidente do sindicato, José Tadeu Menezes de Barros não entrou com ações judiciais para receber salários retroativos. Em nota oficial, o sindicato informa que, além dos passivos herdados da antiga gestão, a nova diretoria também se deparou com uma situação inusitada: um processo movido pela ex-tesoureira do Sindicato, Maria Helena, que pleiteia o valor de R$ 89 mil reais de salários atrasados e verbas rescisórias. Num primeiro julgamento da ação, a justiça negou a ex-tesoureira o direito de receber este montante. Segundo assessoria do sindicato, a ex-dirigente entrou com uma nova ação no Tribunal Regional do Trabalho – TRT 19ª região, no intuito que o sindicato pague a ela este valor. AFASTAMENTO Segundo a nota divulgada pelo sindicato, após denúncias de fraudes nas eleições no Secea na eleição de 2009 para eleger a direção do sindicato, o Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT) afastou a diretoria em novembro de 2018 e nomeou uma Junta Governativa até as eleições que ocorreram em abril deste ano. Em 2013, a procuradora do Trabalho, Adir Abreu havia ingressado com uma Ação Civil Pública que foi julgada em 2017 pelo juízo da 8ª Vara do Trabalho de Maceió. Segundo laudo pericial oficial, cerca de 300 assinaturas de eleitores foram fraudadas na lista de votação. A comissão interventora, ao assumir em novembro de 2018, relatou que o Secea não possuía associados, funcionários nem dinheiro. Informou também que a entidade possuía uma dívida que girava em torno de R$ 3 milhões. Segundo a assessoria do sindicato, devido a este processo movido pela ex-tesoureira, a entidade informa está fazendo uma auditoria de todas as contas nos últimos cinco anos, para rever os pagamentos aos diretores do sindicato. Para Izac Jackson, diretor da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas – CUT/AL, e falou com a reportagem sobre a tramitação deste processo da ex-dirigente, há registros em documentos e atas, que comprovam que Maria Helena era dirigente do sindicato. “Temos documentos e atas que comprovam que esta senhora, que pleiteia direitos trabalhistas atrasados, fazia parte da diretoria do sindicato de 1994 até o ano de 2013. Tem atas registradas no Ministério do Trabalho que consta ela como diretora financeira. Tem atas registradas em cartório e aparece lá figurando como tesoureira. Inclusive, ela declarou na audiência na Procuradoria Regional do Trabalho que não tinha conhecimento disso. Ela assinava cheque e atas que iam ao banco: ela esqueceu que era tesoureira do sindicato?”, finaliza o diretor da CUT/AL. Até o fechamento desta edição, nossa equipe tentou contato com a ex-tesoureira Maria Helena e não obteve retorno.