Política

Manoel Cavalcante vai a júri pela morte do Cabo Gonçalves

Sessão acontece no Fórum do Barro Duro, em Maceió, após iniciativa do Ministério Público em recorrer da decisão de 2011

Por Jairo Silva com Tribuna Independente 20/08/2019 08h47
Manoel Cavalcante vai a júri pela morte do Cabo Gonçalves
Reprodução - Foto: Assessoria
Desde outubro de 2011, quando aconteceu o primeiro julgamento dos irmãos Cavalcante, o ex-tenente coronel Manoel Cavalcante e seu irmão, Marcos Antônio Cavalcante, quando ambos foram inocentados, o Ministério Público Estadual (MPE) vem buscando os meios legais para reverter a sentença. Na quinta-feira, dia 22, haverá um novo julgamento, cuja sessão será conduzida pelo juiz Sóstenes Alex Costa de Andrade, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. Após recurso do Ministério Público, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) considerou que o júri decidiu de forma contrária às provas dos autos e determinou novo julgamento. Anteriormente, em fevereiro deste ano, o procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, interpôs um recurso especial para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para contestar o resultado de uma decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) que aceitou apenas em parte um recurso anterior que já havia sido ajuizado pelo Ministério Público Estadual no ano passado, em relação ao ex-Deputado João Beltrão, inocentado da acusação de mandante intelectual do crime contra o Cabo Gonçalves. RELEMBRE O CASO José Gonçalves da Silva Filho, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, expulso da PM por envolvimento em crimes de pistolagem, relacionados á famosa ‘Gangue Fardada’ foi executado em 09 de maio de 1996, com mais de 40 tiros, quando parou para abastecer o veículo que dirigia no Auto Posto Veloz, localizado no bairro da Serraria. Junto com os ‘irmãos Cavalcante’, também participaram da ação, segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual –, pelo menos quatro policiais militares: Jaires da Silva Santos, o Jairo; Talvanes Luiz da Silva; cabo “João Fuba”, e Daniel Luiz da Silva Sobrinho. Jairo esteve lotado no gabinete de João Beltrão na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) até 2015; Talvanes esteve preso em Tocantins pelo assassinato de Pedro Arapiraca e só deixou o corpo da Polícia Militar em 2016. O cabo ‘João Fubá’ foi executado no bairro de Pescaria, na capital. Cabo Gonçalves, como era conhecido o ex-policial militar José Gonçalves da Silva Filho, havia feito várias denuncias quando permaneceu preso, respondendo justamente por crimes de encomenda. Antes de morrer, Gonçalves acusou o coronel Cavalcante de realizar vários crimes, a mando do deputado João Beltrão e mais dois outros políticos do Estado. De acordo com acusações do ex-tenente-coronel, o crime foi fruto de um acordo entre os deputados estaduais João Beltrão, Francisco Tenório e Antonio Albuquerque, parlamentares em 1996. Dos políticos citados pelo coronel Cavalcante, nenhum foi condenado ou está respondendo a qualquer processo judicial. O ex-deputado João Beltrão, único réu até então, foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em outubro de 2017.