Política

Professores voltam a protestar contra cortes

Educação vem sendo alvo de bloqueios de recursos por parte do governo federal

Por Jairo Silva com Tribuna Independente 13/08/2019 09h23
Professores voltam a  protestar contra cortes
Reprodução - Foto: Assessoria
Está marcada para esta terça-feira (13), uma nova manifestação da educação em todo Brasil contra os cortes na educação superior promovido pelo governo federal. Em Alagoas, os atos iniciam a partir das 9h, com concentração no Cepa, localizado no Farol, em Maceió. Pelas redes sociais, servidores da educação, estudantes e militantes sociais foram convocados a ir às ruas protestar contra os cortes promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro na áreas da educação. De acordo com uma nota técnica divulgada pela própria Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o bloqueio de recursos chega a cifra de R$ 39.576.608,00 do orçamento da instituição. De acordo com a nota, o valor bloqueado representa 30% do orçamento de custeio e 80,3% do orçamento de capital da Ufal. Além dos corte na educação, que pode afetar tanto o ensino superior quanto à educação básica, a manifestação está sendo convocada para protestar contra a tramitação da Reforma da Previdência, aprovada em dois turnos na Câmara federal e com proximidade de debates no Senado. Se aprovada, a reforma prevê, para os professores, uma idade mínima para se aposentar será de 60 anos para homens e 57 para mulheres, com 25 anos de contribuição para todos. Professores federais também precisam ter dez anos de serviço público e cinco no cargo. Essas regras valem para professores da rede privada e da União. Servidores de estados e municípios ficarão de fora da reforma. Mobilização local O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas, Sinteal, que está à frente das mobilizações nesta terça, e é contrário aos cortes de governo, promete colocar nas ruas os servidores da educação, os estudantes e demais categorias de servidores públicos para defender a educação. Além do protesto contra os cortes na educação, a mobilização pretende clamar contra a reforma da previdência, que atinge diretamente os professores em todas as redes de ensino e esferas de governo. Segundo a presidente do Sinteal, Maria Consuelo Correia, os cortes absurdos que o governo federal tem praticado contra a educação afetam não apenas o ensino superior, mas a educação como um todo no país. “É um absurdo o governo cortar recursos justamente da Educação, e uma grande maldade o aumento da idade mínima para a aposentadoria dos professores”. Categoria também pleiteia reajuste salarial Além de protestar contra os cortes na educação e a reforma da previdência, bandeiras como reajuste salarial dos servidores da educação também estarão presentes. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia já existe um percentual pleiteado pela categoria. “Sentamos com os gestores municipais e a proposta que foi colocada foi de reforma do Plano de Cargos e Carreira e que não havia reajuste para categoria. Hoje pleiteamos um percentual de 4,17%, que foi definido nacionalmente para todos os servidores”, afirma presidente do Sinteal em entrevista à Tribuna Independente. Com o governo do Estado, a presidente Consuelo Correia afirma que não há qualquer tipo de diálogo sobre a questão de reajustes para a categoria. Mesmo com uma campanha unificada dos servidores, o governo está irredutível. “A nossa indignação é justamente a falta de diálogo com o Governo do Estado. Fizemos uma manifestação semana passada justamente para tentar uma agenda com o governo. Nem agenda conseguimos”, finaliza Consuelo. Braços cruzados Os servidores/as do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), por decisão em assembleia, devem paralisar completamente suas atividades em adesão ao dia de protesto. Para o Sintietfal, o dia 13 de agosto é mais uma data de resistência ao projeto de destruição da educação pública e dos direitos sociais, como a aposentadoria.