Política

Equatorial é alvo de críticas e serviço é contestado

Deputados, Defensoria Pública e municípios cobram melhorias nas ações da empresa

Por Texto: Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 27/04/2019 12h12
Equatorial é alvo de críticas e serviço é contestado
Reprodução - Foto: Assessoria
Com pouco mais de um mês de instalada em Alagoas, a empresa Equatorial Energia que assumiu o controle da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), tem sido alvo de contestações e críticas por parte de órgãos como Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Defensoria Pública Estadual, além de prefeituras. O motivo para tanta crítica tem sido os constantes apagões, quedas de energia, anúncio de reajuste na tarifa e um Plano de Desligamento Voluntário (PDV) para os funcionários. Na última semana, a Assembleia Legislativa apresentou requerimento do deputado Davi Maia (DEM) para que a direção da Equatorial Alagoas seja convidada a apresentar seus planos e estratégias para o estado. À Tribuna, Davi Maia disse que até a próxima semana a Casa Legislativa deve definir a data da audiência com a Equatorial. O parlamentar também fez uma avaliação dos serviços prestados pela empresa nesse período. Para ele, o fornecimento de energia está péssimo e a prestação de serviço precisa melhorar. “Lógico que a Equatorial precisa melhorar. O presidente foi muito infeliz quando falou em aumento de tarifa. A Eletrobras já não tinha mais essa concessão, com certeza era necessário a privatização. O PDV pelo que eu tenho sentido não será maléfico, acho até que será positivo. Agora, o serviço está péssimo e ela tem que melhorar muito esse fornecimento, a sua tratativa com o cliente”, avalia. Já o deputado Sílvio Camelo (PV), que usou recentemente a tribuna da Assembleia Legislativa, para divulgar requerimento, de sua autoria, solicitando à Equatorial Energia estudos no sentido de diminuir ou congelar a tarifa de energia em Alagoas, entende que ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre os serviços prestados pela empresa. “Eles [Equatorial] entraram em contato conosco e pediram uns 60 dias para que possam se inteirar, tomar pé da situação, para depois ser agendada a audiência com a Assembleia Legislativa do Estado”, destaca o parlamentar e líder do governo. População tem reclamado à Defensoria O coordenador do Núcleo de Tutela Coletiva da Defensoria Pública de Alagoas, Fabrício Leão Souto ressaltou que vem acompanhando de perto esse momento de transição entre a CEAL e a Equatorial, a fim de sempre garantir o melhor interesse do consumidor. “Logo após os primeiros apagões, houve uma reunião entre a Defensoria e a concessionária do serviço público para exatamente delimitar os pontos de atenção que a Equatorial deveria focar a fim de preservar a qualidade do serviço essencial de energia elétrica, bem como as medidas para reparação de eventuais danos em eletrodomésticos, a desburocratização na apresentação dos orçamentos e a disponibilização de canais realmente efetivos para facilitar e viabilizar a resolução dos problemas que os consumidores demandem. A Equatorial precisa aumentar suas equipes de emergência porque o tempo de restabelecimento dos serviços está demorando e a população tem reclamado bastante”. TRABALHADORES A reportagem da Tribuna entrevistou o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Nestor Powell, para que ele fizesse uma avaliação de como a entidade analisa o desempenho da Equatorial frente aos desafios da política energética em Alagoas. O sindicalista disse que a classe está em plena campanha salarial e que o acordo coletivo dos trabalhadores da Equatorial, antiga Ceal, está se encerrando agora em abril. “Estamos em rodada de negociação tratando do acordo coletivo, mas ao mesmo tempo querendo entender todo esse cenário saindo de uma empresa pública para uma privada. Claro que nós torcemos para que os serviços sejam de qualidade e eficientes. Isso foi uma luta que o sindicato sempre buscou e estamos questionando o aumento tarifário que eles solicitaram à Agência Nacional de Energia Elétrica [ANEEL]”, argumentou. Nestor ressaltou ainda que o sindicato vem cobrando junto à empresa a utilização dos trabalhadores que ingressaram na Ceal através de concurso público. Ele criticou o fato do PDV ter sido aberto para todos os funcionários. Empresa garante estar monitorando ocorrências Através da assessoria de comunicação, a Equatorial Energia disse que neste um mês de gestão, a empresa monitorou todas as ocorrências que afetaram os consumidores e iniciou, imediatamente depois da posse, estudos referentes à rede elétrica do estado. “Por meio deste estudo, estamos elaborando um plano de investimentos que viabilizará as melhorias necessárias em nossa rede de distribuição. Em paralelo a esse estudo, começamos a executar as ações necessárias para o atendimento das demandas que surgiram neste período. Neste mesmo período, a distribuidora também atuou junto à Chesf na normalização do fornecimento de energia, em demandas de responsabilidade da concessionária”. Questionada sobre o que acha de o Legislativo estar querendo barrar o reajuste de tarifa energética, a empresa explicou que a União tem competência exclusiva para legislar sobre energia elétrica, cabendo unicamente ao órgão regulador do setor elétrico no país - a ANEEL -, regulamentar as políticas de prestação do serviço. Sobre as cobranças feitas pelos municípios e Defensoria Pública, a Equatorial salientou que sempre vai dialogar com as instituições e sociedade, sobre os temas relacionados a sua atividade como concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica no estado. “Comprometemo-nos junto à Defensoria Pública do Estado e aos representantes dos municípios a realizar ações emergenciais nas localidades reivindicantes, assim como realizar uma reestruturação da rede elétrica”. Por fim a empresa disse que realizou um aporte de capital no valor de R$ 545,77 milhões na conta da Equatorial Energia Alagoas em março, com o objetivo de honrar os compromissos da companhia.