Política

JHC segue no páreo com poucos apoios

Deputado federal critica a forma como a eleição para presidência da Câmara dos Deputados está sendo conduzida em Brasília

Por Texto: Carlos Victor Costa com Agência Brasil com Tribuna Independente 26/01/2019 11h18
JHC segue no páreo com poucos apoios
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas tem dois representantes na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados que ocorrerá no dia 1° de fevereiro. Arthur Lira, pelo PP e João Henrique Caldas (JHC), pelo PSB. Ambos tentam ir para o segundo turno com Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa e favorito no pleito. Com Rodrigo Maia garantindo os apoios dos partidos para a sua reeleição à presidência da Câmara dos Deputados, a reportagem da Tribuna buscou contextualizar junto aos parlamentares sobre a disputa pelo comando da Casa. Para JHC, os apoios que os partidos prestam a Rodrigo Maia, que ainda tem o aval do presidente Jair Bolsonaro, podem dar a enviesada impressão de que todos os deputados dessas siglas irão apoiar o deputado carioca. Atualmente, as legendas que estão fechadas com Rodrigo Maia são o PSL, PSD, PRB, PSDB, PROS, PR, PPS, PSC e Podemos “Normalmente, esses acordos são feitos pelas cúpulas e a maioria dos deputados fica sabendo pela imprensa”, comenta JHC com a reportagem da Tribuna. O deputado explica que sua candidatura é uma ideia e independente de apoios formais. “Aqueles parlamentares que estiverem satisfeitos com o atual estado das coisas - que acredito ser uma corrente minoritária -, votarão no terceiro mandato da atual administração. Quem quiser mudança, tem a opção do nosso nome”, complementa. Terceiro secretário da Mesa Diretora da Câmara, JHC avalia que o bloco criado em torno da reeleição de Rodrigo Maia foi construído à base de acordos de gabinete, portanto não possui legitimidade política e é rechaçado pela população. “Depõe contra a imagem da própria Câmara e vulgariza o processo político”, diz. Sobre o apoio do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro à candidatura de Maia, JHC entende que não influencia em nada, já que o chefe do Executivo teria reiterado que o governo não irá intervir no processo eleitoral da Câmara dos Deputados. “O próprio Eduardo Bolsonaro, uma inegável liderança dentro da bancada, sequer foi informado da reunião que ‘definiu o apoio’, o qual compareceu apenas um terço da bancada”. O PSB de JHC terá na próxima legislatura 32 deputados, figurando no topo entre as maiores bancadas da Câmara. Arthur Lira ainda é aposta para o embate com Rodrigo Maia A reportagem da Tribuna tentou contato com Arthur Lira, mas até o fechamento desta edição o parlamentar não respondeu aos questionamentos sobre a disputa pelo cargo de presidente da Câmara dos Deputados. O PP, partido que tem a terceira maior bancada da Câmara, com 37 deputados, decidiu abandonar a candidatura de Rodrigo Maia após ele receber o apoio da sigla do presidente Jair Bolsonaro. Outro motivo para o desgaste da relação entre o PP e Maia de deu pelo fato de que atualmente o Partido Progressista ocupa a segunda vice-presidência da Casa, com o deputado André Fufuca (PP-MA). O cargo foi oferecido por Maia ao PSL. Faltando uma semana para o pleito, Arthur Lira que recentemente foi reconduzido à liderança da bancada do seu partido se lançou candidato e tenta levar a disputa para o segundo turno. Para isso, ele vem tentando reunir, além do PP, partidos de centro ou de oposição, a exemplo do PT (56), MDB (34), PSB (32), PDT (28), PTB (10), PC do B (9) e PSC (8). Essa soma daria 214 deputados, contando com os 37 do PP. Assim, mesmo com uma eventual vitória de Rodrigo Maia, Arthur teria chances de garantir um espaço maior para o PP e outros partidos de oposição na Mesa Diretora, além das comissões, em especial a Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes da Câmara dos Deputados. Outros nomes cotados na disputa são os deputados Fábio Ramalho (MDB-MG), Ricardo Barros (PP-PR), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Capitão Augusto (PR-SP). OPOSIÇÃO Enquanto a eleição para a presidência da Câmara segue um rumo de composições, o PT, o PSB e o PSOL anunciaram a formação de um bloco de oposição ao governo federal. Ainda está em negociação a adesão de PDT, PCdoB e Rede. Caso se concretize, o bloco pode chegar a 136 deputados a partir de fevereiro: PT (56), PSB (32), PSOL (10), PDT (28), PCdoB (9), Rede (1). Inicialmente, o bloco não definiu posicionamento único sobre as eleições da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Além da presidência da Câmara, estão em disputa a primeira e segunda vice-presidência da Casa, quatro secretarias e as respectivas quatro suplências. Inicialmente, o bloco não definiu posicionamento único sobre as eleições da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Além da presidência da Câmara, estão em disputa a primeira e segunda vice-presidência da Casa, quatro secretarias e as respectivas quatro suplências. As atividades do Congresso Nacional começarão no dia 1º de fevereiro. Também nesta data será realizada a eleição da Mesa Diretora, responsável pela condução dos trabalhos legislativos e administrativos na Câmara.