Política

Para PSL, resultado foi arrebatador em Alagoas

Direção da legenda garante que governo Jair Bolsonaro não irá penalizar o estado porque Renan Filho votou em Haddad

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 30/10/2018 08h08
Para PSL, resultado foi arrebatador em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Para a direção do PSL em Alagoas, o resultado eleitoral de Jair Bolsonaro no estado foi “arrebatador”. A análise foi feita em entrevista coletiva nesta segunda-feira (28), convocada pelo partido, onde participaram Cabo Bebeto, deputado estadual eleito; Flávio Moreno, presidente estadual da legenda e candidato ao Senado; e Josan Leite, candidato a governador nas eleições deste ano. “Tivemos a maior votação da história para presidente na capital e Alagoas foi o maior percentual de votos dado a Jair Bolsonaro no Nordeste. Isso mostra que nossa tática foi acertada e tivemos um êxito arrebatador”, afirma Flávio Moreno. Policial federal, o presidente do PSL em Alagoas, diz que o presidente eleito viria a Alagoas depois de sua passagem por Minas Gerais, estado onde foi vítima de uma facada, e que a Polícia Federal já havia descoberto um esquema para atentar contra a vida do capitão reformado do Exército, ou em Maceió ou em Recife. “A facada foi providência divina. Não fosse ela, Bolsonaro poderia ter morrido aqui ou em Recife”, comenta Flávio Moreno. Os três também comentaram sobre como se dará a relação do novo presidente com os partidos políticos e governadores eleitos. Eles reafirmaram o discurso de campanha de que não haverá “toma lá, dá cá” para a ocupação dos cargos comissionados do Governo Federal. Também garantiram que Jair Bolsonaro não irá olhar para a coloração partidária dos governadores eleitos. “Bolsonaro é um patriota e não vai penalizar o estado pelo gestor que tem”, afirma Cabo Bebeto. O governador Renan Filho (MDB) votou em Fernando Haddad (PT) para a Presidência da República. Já sobre a relação com o Congresso Nacional, os três garantiram que ela se dará com tranquilidade. Tem uma boa relação com os parlamentares é essencial para a governabilidade, devido à organização do Estado brasileiro. “Político vai ter de trabalhar diferente. O povo mostrou que não quer mais a forma que fazer política que está aí. O ideal será buscar o equilíbrio entre essa nova forma e a antiga, mas sem o fisiologismo que vimos nos últimos anos”, diz Cabo Bebeto. Josan Leite completa a fala do correligionário. “Bolsonaro já vive no Congresso há algum tempo e sabe lidar com os parlamentares”. Já Flávio Moreno garante que o presidente eleito conta com maioria em Brasília. “Antes mesmo de eleito, Bolsonaro já contava com o apoio de 200 parlamentares”. Em Alagoas, Bolsonaro obteve 40,08% dos votos válidos contra 59,92% de Fernando Haddad, mas venceu em Maceió com 61,63% dos votos válidos contra 38,37% do petista. Já em Arapiraca, o resultado do 2º turno foi o inverso do primeiro. Fernando Haddad superou o presidente eleito: 53,99% x 46,01%. No 1º turno, Jair Bolsonaro obteve 38,74% dos votos válidos, contra 34,49% do petista. “Não haverá perseguição ideológica”   Através de uma transmissão via internet, no dia 21 de outubro, para milhares de pessoas que lhe manifestavam apoio na Avenida Paulista, Jair Bolsonaro afirmou que, se eleito, iria promover “uma limpeza nunca vista na história do Brasil”. “Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”. Tanto Cabo Bebeto quanto Flávio Moreno e Josan Leite garantiram que essas palavras não significam perseguição ideológica e sim a quem cometeu crimes “que no último período foram por pessoas de coloração ideológica vermelha, mas se os azuis, amarelos ou verdes também tiverem feito vão pagar do mesmo jeito”, afirma o deputado estadual eleito. Flávio Moreno reforça o argumento. “Oposição é natural e é bom para a democracia. Ele se referiu a quem comete crimes, não a quem pensa diferente. Bolsonaro vai unir os brasileiros”. Josan Leite vai mais além e diz que o “varrer os marginais vermelhos” se refere à “ideologia comunista e a socialista que veio, sim, através do PT, onde levou o Brasil para um caminho e o caminho [agora] será outro. Isso é claro. Por exemplo, a ideologia de gênero dentro das escolas e a troca de cargos por apoio. O Brasil seguirá outro caminho”. Após a proclamação do resultado eleitoral, Jair Bolsonaro também afirmou que o Brasil vive sob ameaça comunista. “Não poderíamos mais continuar flertando com o socialismo, com o comunismo, com o populismo e com o extremismo da esquerda”, discursa o presidente eleito.