Política

Comissionados começam a ser exonerados nas prefeituras

Gestores municipais adotam medidas para enxugar a folha de pagamento

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 26/10/2018 08h15
Comissionados começam a ser exonerados nas prefeituras
Reprodução - Foto: Assessoria
A decisão da prefeitura de Atalaia em exonerar todos os servidores comissionados, além da redução de 30% nos subsídios dos secretários municipais, pode gerar “efeito cascata” nos demais municípios de Alagoas. A informação é do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley. Ele garante que dois dos fatores determinantes para essa deliberação, são as quedas constantes nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e nas arrecadações locais. A adoção dessas medidas drásticas, segundo o presidente da AMA é para garantir o pagamento do 13º salário dos servidores e também para evitar serem pegos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De conhecimento público, a primeira prefeitura a confirmar a exoneração foi Atalaia. O decreto foi assinado pelo prefeito Chico Vigário, no último dia 19 de outubro. “Acontece é que esses meses agora de setembro, outubro e até novembro são meses muito difíceis. São meses que as contas não fecham. Os FPMs são muito baixos e muitos prefeitos com certeza estão honrando com a folha salarial, mas devendo a fornecedor e outros compromissos. E se o prefeito não der uma enxugada até o final do ano para fechar as contas e deixar a bola de neve, no próximo ano com certeza ele terá novos problemas”, explica Hugo Wanderley. Hugo relata que deve tomar a mesma decisão da prefeitura de Atalaia. Ele é prefeito de Cacimbinhas e ressalta que no ano passado optou pela exoneração e a diminuição dos gastos para poder fechar as contas do município em dia. Ele destaca ainda que um dos agravantes para o seu município é a seca e os gastos que tem por conta dela. “Ano passado me confrontei com uma situação como essa e tive que exonerar no final de novembro e dezembro. Tomei algumas medidas e mais a frente retomei alguns serviços que havia paralisado. A seca tem um custo altíssimo em todos os sentidos. O combustível é estourado, carro pipa, cestas básicas, uma operação de guerra mesmo. Agora mesmo já tomei algumas medidas, parei algumas máquinas, parei outros tipos de serviço, mantive os serviços essenciais de saúde, educação e os esforços para a situação da seca, mas é uma situação difícil mesmo”. Sobre a situação de outros municípios, o presidente da AMA explica que cada prefeito vem fazendo as contas para saber a real situação da folha salarial. “É difícil e cada prefeito tem sua contabilidade. O prefeito se esforça muito e evitar demissões. O comissionado muitas vezes recebe o 13º e se o prefeito não exonerar em dezembro, ele não vai conseguir pagar o 13º do próprio comissionado que é um custo a mais”.