Política

Mulheres repudiam “ódio” de Jair Bolsonaro

Iniciativa vai reunir diversos movimentos da sociedade no antigo Alagoinhas

Por Andrezza Tavares com Tribuna Independente 29/09/2018 09h51
Mulheres repudiam “ódio” de Jair Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Conhecido por suas posições e atitudes preconceituosas, racistas e machistas, Jair Bolsonaro (PSL) tem dividido opiniões dos brasileiros. O grupo que não apoia as suas condutas e propostas, formado principalmente por mulheres e LGBTQI+, vão às ruas nos sábado (29), dizer que o País pode ser governado por qualquer presidente, menos Jair Messias Bolsonaro. Diversos movimentos sociais, feministas, culturais, entidades de classe e a sociedade em geral, estão mobilizadas desde a criação de uma página no Facebook que contesta os atos de Bolsonaro. Os movimentos estão utilizando nas redes sociais a hashtag #EleNão, repercutindo, inclusive, mundialmente. Em Maceió, a concentração será às 15h, no antigo Alagoinha e a manifestação seguirá até o Posto 7, na Jatiúca, quando serão realizadas diversas apresentações culturais. Na capital de Alagoas, o movimento tomou uma proporção tão grande, com tantas adesões que, nem mesmo os organizadores, conseguem fazer uma estimativa de quantas pessoas (mulheres, homens e LGBTs) devem participar do grande ato. As manifestações também acontecerão em Penedo e Arapiraca. A feminista e militante das causas sociais, Lu Araújo, que também é uma das organizadoras do movimento em Maceió, contou que o chamamento foi feito pelas redes sociais de maneira ampla. Rapidamente, as pessoas foram se juntando ao movimento #EleNão. Para Lu Araújo, há um risco de avançar em grandes retrocessos caso Bolsonaro seja eleito. “O projeto que Bolsonaro defende, tanto de privatização quanto de seu discurso de ódio, e seu fascismo, efetivamente, é um risco para todos aqueles que pensam diferente dele. Como presidente, ele colocará em risco as nossas vidas, além de fechar os espaços de reivindicação”, enfatizou a feminista acrescentando que o Brasil precisa dá uma grande resposta política e impedir que Bolsonaro tenha alguma chance de vitória no segundo turno. Mais de 25 artistas confirmaram presença Além de gritar “Ele não” a tudo o que o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) defende, como o armamento civil, o ódio contra mulheres negros e a população LGBTQI+, a volta da ditadura, dentre outros, o movimento Mulheres e LGBTQI+ Contra Bolsonaro também vai promover um grande festival cultural. Mais de 25 grupos e artistas locais já confirmaram presença dentre eles: Wilma Araújo, Naná Martins, Mel Nascimento, Igbonan Rocha e o Coletivo Afrocaeté. O cantor Igbonan Rocha contou à reportagem da Tribuna Independente que não poderia ficar de fora desse grande movimento por preencher vários requisitos que não são aceitos pelo Bolsonaro. [caption id="attachment_248048" align="aligncenter" width="300"] Igbonan Rocha se declara totalmente contra à postura do presidenciável (Foto: Arquivo pessoal)[/caption] “Sou negro, adepto de religiões de matizes africanas, homossexual e artista. Tive um pai desparecido em 1964 [ano em que a ditadura militar foi instalada]. Não tem como não estar a favor desse movimento. Essa luta me diz respeito e está impregnada na minha alma. Temos que ir pra rua para dizer que não vamos permitir que um atraso como esse aconteça”, enfatizou Igbonan, acrescentando que é preciso haver uma união entre as pessoas. “Uma das coisas que a gente precisa aprender é se unir nas diferenças, isso é uma grande lição que nós estamos dando para ele [Bolsonaro], vamos mostrar que a diversidade existe e ela é forte”, declarou. A artista Isis Florescer, representante do movimento LGBTQI+, disse que o momento é delicado e teme pelo aumento da violência caso Jair Bolsonaro seja eleito. “Se isso ocorrer, vamos ter um quadro extremamente violento, opressor e agora legalizado. Se alguém quiser matar uma travesti, vai matar, pois a violência será estruturada e liberada pelo governo. Vamos ter uma nova inquisição”.