Política

Campanhas arrecadam 5% de 2014

Segundo dados do TSE, os candidatos ao governo de Alagoas declararam receita quase dez vezes menor que quatro anos atrás

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 29/09/2018 09h16
Campanhas arrecadam 5% de 2014
Reprodução - Foto: Assessoria
Na ultima eleição geral, os candidatos – contando com os desistentes – declararam ao TSE terem arrecadado R$ 25.558.907,35. Nesse valor não consta os dados de Jeferson Piones e Joathas Albuquerque porque, segundo o Tribunal, eles não prestaram contas de suas campanhas. Quem mais arrecadou na eleição deste ano foi Fernando Collor, cujo montante declarado ao TSE é R$ 793.840,00. Seu substituto, Pinto de Luna (PROS), que entrou na campanha há duas semanas, arrecadou R$ 80 mil. Renan Filho (MDB), candidato à reeleição, arrecadou R$ 362.670,00 contra R$ 16.883.098,55 de 2014. Quem menos recebeu recursos para a disputa eleitoral foi Melquezedeque Rosa (PCO), com R$ 600,00. Josan Leite (PSL) e Basile Christopoulos (PSOL) arrecadaram R$ 19.100,00 e R$ 36.528,80, respectivamente. Esta é a segunda eleição sem a possibilidade de doações de empresas, a primeira geral. O que, por si só, já reduz significativamente o montante de recursos das campanhas. Contudo, está é a primeira com dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Outro fator que também influencia no montante de dinheiro arrecadado pelos candidatos este ano é a quantidade deles. Em 2014, dez nomes foram inscritos para a disputa do Governo do Estado. Neste, apenas seis. A maior parte dos recursos doados é de partidos, seja dos diretórios nacionais ou estaduais, seja de partidos coligados ou mesmo entre candidaturas. Os R$ 80 mil arrecadados por Pinto de Luna, por exemplo, foram doados por Benedito de Lira (Progressistas), candidato a senador na chapa do ex-superintendente da Polícia Federal (PF) em Alagoas. Basile Christopoulos recebeu R$14.345,00 do diretório estadual do PSOL; os R$ 600,00 de Melquezedeque Rosa vieram do diretório nacional do PCO; e Fernando Collor recebeu R$ 300 mil da direção nacional do PTC. Doações individuais é maioria, mas com valores menores. Despesas estão maiores que as doações Assim como a arrecadação, as despesas de campanha de 2018 declaradas até aqui, segundo o TSE, também estão menores que 2014. Contudo, esse cálculo é negativo. O total de despesas dos candidatos ao Governo do Estado é de R$ 3.085.605,38, 58,1% a mais que os R$ 1.292.739,19 recebidos. Em 2014 as despesas somaram R$ 27.933.133,47, diferença de 8,5% a mais que as doações. Até aqui quem mais gastou na campanha deste ano foi o governador Renan Filho. O emedebista declarou já ter realizado despesas na ordem de R$ 1.769.038,44. Em seguida está Fernando Collor, com R$ 1.242.902,22. Josan Leite e Basile Christopoulos gastaram R$ 39.263,35 e R$ 34.401,07, respectivamente. Melquezedeque Rosa e Pinto de Luna declararam não ter gastado nada até o momento. Renan Filho e Josan Leite são os que mais gastaram proporcionalmente, no comparativo com o que os candidatos arrecadaram. O emedebista já declarou despesa quase cinco vezes maior que o recebido e o nome do PSL, pouco mais que o dobro. Fernando Collor gastou uma vez e meia o que arrecadou. [caption id="attachment_248039" align="aligncenter" width="246"] Renan Filho declarou ter gasto mais de R$ 1.769.038,44 (Foto: Edilson Omena)[/caption] Os maiores gastos, no geral, são com a produção dos programas no rádio e na tevê, e com adesivos e materiais de publicidade. Ao menos no site do TSE, o único candidato a declarar despesa de campanha com pesquisas eleitorais foi o governador Renan Filho. Segundo os dados disponibilizados, o candidato à reeleição gastou R$ 190 mil com estes serviços. Uma planilha mais detalhada dos gastos e do arrecadado estará disponível após o término do pleito eleitoral. Todos os candidatos precisam fazer três prestações de contas, sendo duas parciais. Segundo o TSE, a prestação final deve ser feita até 30 dias após as eleições, “para todos que não concorrerem ao segundo turno e para os partidos políticos, incluídas as contas dos respectivos comitês financeiros”