Política

Ciro Gomes diz que é 'constrangimento' trazer profissionais do exterior para Mais Médicos

Candidato do PDT à Presidência da República afirmou que pretende manter e ampliar programa federal, mas com médicos brasileiros

Por G1 17/09/2018 23h58
Ciro Gomes diz que é 'constrangimento' trazer profissionais do exterior para Mais Médicos
Reprodução - Foto: Assessoria
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta segunda-feira (17), que pretende manter e ampliar o programa federal Mais Médicos, mas afirmou ser contra trazer profissionais de fora. Para ele, isso é “meio um constrangimento” considerando o tamanho do Brasil. Criado em 2013 no governo Dilma Rousseff, o programa tem como objetivo suprir a carência de médicos em cidades do interior e nas periferias das grandes cidades. Para preencher parte das vagas, foram contratados profissionais cubanos, o que gerou críticas de vários setores. “O Mais Médicos será mantido e ampliado, só que quero fazê-lo com médicos brasileiros. (...) Um país como o nosso, do tamanho que somos, trazer médicos de fora é meio um constrangimento”, afirmou Ciro em entrevista à Rádio Bandeirantes. Mas ele disse que, enquanto não houver médicos suficientes no programa, serão mantidos os estrangeiros. “Evidente que o mais importante é a atenção à população. Enquanto não houver médicos suficientes, serão mantidos os médicos que vieram de fora”, explicou. Para estimular o preenchimento das vagas por brasileiros, Ciro disse que pretende investir na formação de médicos da família. Endividados Ciro também comentou sobre o fato de o programa de governo do candidato do PT, Fernando Haddad, trazer uma proposta parecida com a sua voltada para os consumidores endividados e com o nome sujo no SPC-Serasa. “Eu creio que as boas ideias pertencem a todos e eu fico feliz, mas a população deve perceber se há um traçozinho de falta de ética. Mas, do jeito que as coisas estão esculhambadas no Brasil, isso é um arranhaozinho”, afirmou. A proposta do PT, batizada de “Dívida Zero”, não existia nesses termos no programa apresentado quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o candidato petista e guarda semelhança com o "Nome Limpo", uma das principais promessas de Ciro Gomes, que também disputa votos da esquerda. No domingo (16), Haddad negou ter copiado o programa e respondeu que procurou fazer um "apanhado de todas as boas propostas no país". Temperamento Ciro Gomes também foi questionado sobre o temperamento, por vezes explosivo. “Eu sou o que eu sou. Acho que eu sou mais ou menos como todo mundo é. Quando as coisas são doces, eu sou doce, quando as coisas são azedas, eu sou azedo. E eu não gosto de vestir máscara”, justificou. Ele ressaltou que tem 38 anos de vida pública e que, se fosse “esse monstrengo”, “não teria sobrevivido como político". “Tenho 38 anos de vida pública. Se fosse esse monstrengo que o meu adversário pinta, eu não teria sobrevivido. Eu fui ministro da Fazenda, governei o oitavo estado brasileiro, governei a quinta cidade do Brasil. Nunca respondi por um escândalo. Eu me apresento com a indignação dos brasileiros. Agora, evidentemente, sob pressão, já demonstrei que sou treinado para decidir com sobriedade”, disse. Agressão a jornalista O repórter Luiz Nicolas Maciel Petri, agredido de forma física e verbal por Ciro Gomes em Boa Vista no sábado (15), disse que vai fazer boletim de ocorrência nesta segunda (17). O episódio ocorreu durante ato de campanha de Ciro na cidade. O presidenciável havia acabado de começar uma coletiva de imprensa quando Petri lhe perguntou sobre um pronunciamento feito semanas antes envolvendo moradores do município de Pacaraima, ao Norte do estado, que atacaram imigrantes em situação de rua após um comerciante ter sido roubado e agredido por venezuelanos. "Ciro, o senhor reafirma sobre o que o senhor disse sobre os brasileiros que fizeram aquela manifestação lá na fronteira [com a Venezuela], que chamou os brasileiros de canalhas, desumanos e grosseiros?", questionou Petri. "Vai pra casa do Romero Jucá, seu filho da #&$@", esbravejou Ciro Gomes, empurrando o jornalista. Em seguida, Ciro mandou retirar o Petri da rua onde estava ocorrendo a entrevista coletiva. Romero Jucá (MDB) é senador por Roraima e tenta a reeleição. Petri disse que não tem ligação com o parlamentar.