Política

Espessura de asfalto motivou Operação Catabiu da Polícia Federal em Alagoas

Superintendente da CGU em AL aponta outros problemas sob investigação

Por Carlos Amaral com Tribuna Hoje 11/05/2018 11h36
Espessura de asfalto motivou Operação Catabiu da Polícia Federal em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
As irregularidades no contrato para a revitalização do trecho km 85 da BR-104, em Rio Largo, foram detectadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) em Alagoas. A principal delas foi a espessura do asfalto utilizado na obra. Segundo Moacir Rodrigues, superintendente da CGU em Alagoas, o órgão encaminhou uma amostra técnica à Polícia Federal (PF), que daí realizou uma perícia cujo resultado foi a Operação Catabiu, ocorrida na manhã desta sexta-feira (11). “Fizemos um trabalho no local e, dentre as várias coisas que encontramos, detectamos uma diminuição na espessura no asfalto, de maneira significativa. O principal problema foi na espessura da pavimentação, mas em geral encontramos muitas fragilidades no que se refere à fiscalização. Estamos, junto com a Policia, buscando a quem cabe a responsabilidade. A busca e apreensão nos dará elementos para dizer qual foi a atuação do fiscal. Numa obra pública você tem quem executa, a empresa fiscalizadora, que muitas vezes faz os ensaios para dizer que a pista está ok e tem um fiscal que atesta que aquilo está de acordo”, explica Moarcir Rodrigues. O contrato do trecho conta com apenas uma empresa, mas o superintendente da CGU em Alagoas não revelou o nome dela. Contudo, ele diz que nenhuma pessoa física foi alvo dos mandados de busca e apreensão da Operação Catabiu. “Os mandados foram cumpridos em empresas e no Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]”, diz Moacir Rodrigues. Além da espessura do asfalto, a CGU aponta outros problemas a serem apurados. “Também tem a fonte de onde foi retirada a brita. Quando se tem aplicação de materiais, há a mina de onde ela saiu, que pode ser mais longe ou mais perto, e isso influencia no valor da obra. Isso também está sendo objeto de investigação, assim como se deu a execução do contrato”, completa. CATABIU A Operação Catabiu cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Alagoas, Pernambuco e São Paulo, sendo quatro em Maceió, um em Santana do Ipanema, um em São Paulo e um em Pernambuco na manhã desta sexta-feira. Segundo a assessoria de comunicação da PF em Alagoas, a Catabiu mira “danos aos cofres públicos comprovados na ordem de 10 milhões de reais, executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT em Alagoas, firmado entre o DNIT e um consórcio de empresas, para revitalização de aproximadamente 85km da rodovia neste estado”. Ainda de acordo com a PF em Alagoas, o valor original do contrato, somado aos reajustes e aditivo, chega a R$ 100 milhões, com recursos 100% federais. “As investigações realizadas pela PF, bem como a auditoria da CGU, apontam para execução da obra com especificações aquém daquelas contratadas, gerando prejuízos comprovados por laudo pericial da ordem de 10 milhões de reais, podendo chegar a 26 milhões de reais aproximadamente, caso outros indícios já levantados, tais como simulação na contratação de insumos, subcontratação irregular de partes da obra e não aplicação de multa às empresas contratadas sejam confirmados”, explica a PF em Alagoas.