Política

Câmara de Arapiraca vai apurar calote de R$ 600 mil

Prefeito Rogério Teófilo contratou serviços de auditoria no município

Por Davi Salsa com Tribuna Independente 19/04/2018 08h50
Câmara de Arapiraca vai apurar calote de R$ 600 mil
Reprodução - Foto: Assessoria
A denúncia publicada pela reportagem da Tribuna Independente, na semana passada, de um calote no valor de R$ 600 mil da Prefeitura de Arapiraca a uma empresa de consultoria, foi o tema central da sessão ocorrida na noite de terça-feira (17), na Câmara de Vereadores. Com uma edição do jornal em mãos, o vereador Moisés Machado (PDT) disse que a denúncia é muito grave e precisa ser apurada pela Casa Legislativa. O caso envolve três secretários da gestão do prefeito Rogério Teófilo (PSDB) e até uma construtora, que, segundo a denúncia, teria pago 10% da divina vinculada à prefeitura. “Esse discurso de probidade e transparência cai por terra. É preciso apurar com mais detalhes o caso”, disse Moisés Machado, revelando que vai solicitar a instalação de  uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) acerca da denúncia. O questionamento de Moisés Machado foi acompanhado pelos vereadores Rogério Nezinho (MDB) e Léo Saturnino (MDB), que defendem a realização de diligências e a coleta de mais documentos por uma comissão parlamentar para apurar o caso. A denúncia, publicada na edição do dia 13 de abril, na Tribuna Independente, foi feita pelo advogado Luiz Augusto Lôbo. Ele mostrou um dossiê com 278 páginas e que foi entregue ao promotor de justiça Napoleão Amaral, que já iniciou procedimento de investigação. Lôbo disse que fora convidado pelo secretário Especial, o advogado Adriano Soares, em abril do ano passado, para montar uma equipe de auditoria e analisar documentos das gestões dos ex-prefeitos Luciano Barbosa, atual vice-governador e Célia Rocha, pré-candidata a deputada estadual. Advogado diz que recebeu apenas R$ 40 mil da dívida   O advogado Luiz Augusto Lôbo também revelou, na denúncia, que o prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB), teria dito que a gestão não estava aparelhada na época para realizar esse tipo de trabalho. Luiz Lôbo relatou que recebeu autorização para  iniciar os trabalhos no mês de maio e que “confiasse nele” por um curto período de tempo para ter os pagamentos regularizados. Nos meses de maio e junho, ainda de acordo com o denunciante, o trabalho teve o aval do secretário de Planejamento e Gestão, Antônio Lenine Pereira, o presidente da Comissão de Licitação, Adoniram Lúcio de Souza Guerra, e seu assessor João Paulo Nunes para a subcontratação dos demais membros da equipe de consultoria e que já estavam prestando serviços ou por meio de cartas-convite, que segundo Luiz Lôbo, acabou não sendo feita. Todo o ocorrido foi informado ao procurador-geral do Estado Alfredo Gaspar de Mendonça. Ainda de acordo com o denunciante, o prefeito informou que a gestão ainda não estava aparelhada na época e que iniciasse os trabalhos no mês de maio e que “confiasse nele”, já que num período curto de tempo, o problema seria solucionado e os pagamentos regularizados. Para isso, foi acertado uma subcontratação, pois já havia um contrato de consultoria sendo executado, e os novos profissionais seriam apenas agregados ao subcontrato. Durante os meses de maio e junho, teria sido trabalhado com o secretário de Planejamento e Gestão, Antônio Lenine, o presidente da Comissão de Licitação, Adoniram Lúcio de Souza Guerra, e seu assessor, João Paulo Nunes, a subcontratação por parte daqueles que já estavam prestando serviço de consultoria ou através de cartas-convite, o que segundo denúncia, também não ocorreu. O advogado disse que o pagamento de R$ 60 mil de um total de R$ 600 mil foi feito por meio de transferência bancária, realizada pela Construtora Construir, em nome de Elísio Wagner Dias, que seria sócio do secretário Antônio Lenine Pereira.