Política

Alfredo Gaspar diz que “Gaeco descobriu o maior esquema”

Em entrevista coletiva, MPE explicou suposto esquema de fraude em licitações para locação de veículos em prefeitura

Por Tribuna Independente 13/04/2018 08h04
Alfredo Gaspar diz que “Gaeco descobriu o maior esquema”
Reprodução - Foto: Assessoria
A Operação Ánomos, do Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE), realizada no último dia 11 em Mata Grande, resultou no maior esquema de desvio de recursos públicos descoberto pelo antigo Gecoc. Segundo o procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (12), o montante desviado em apenas uma ação foi de R$ 12 milhões. “É algo inconcebível nos dias de hoje. Era uma organização criminosa que meteu a mão com força no dinheiro do povo, com a participação de familiares do prefeito e que transformou a Prefeitura no quintal de sua casa”, afirma Alfredo Gaspar. A Operação Ánomos prendeu seis pessoas suspeita de participar de esquema de fraude em licitações para aluguel de veículos e compra de medicamentos, mas o ex-prefeito Jacob Brandão e seu irmão Júlio estão foragidos. De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor Antonio Luiz dos Santos, o suposto esquema com a EP Construções e Locações de Veículos, de Paulo Jacinto, cuja sociedade é entre Euzébio Vieira e Petrúcio Silva, desviou R$ 7,8 milhões de um contrato de R$ 12 milhões, celebrado em 2015. Ambos foram presos no dia 11. “Foi montado um processo licitatório de aluguel de veículos para sete secretarias de Mata Grande, sendo que uma delas nunca recebeu o carro. Na Secretaria de Administração, o aluguel custou mais de R$ 910 mil. Em depoimento, o secretário afirmou jamais ter solicitado carro para a pasta. O mesmo aconteceu em outras secretarias”, relata o promotor. Os desvios também teriam ocorrido na Câmara de Vereadores e, segundo Antonio Luiz dos Santos, outras cidades sertanejas também foram investigadas pelo Gaeco por terem contratos de locação de veículos com indícios de ilegalidade. “No médio Sertão, nós descobrimos que estão buscando empresas de locação de veículos em Sergipe e todas trabalham nos moldes da EP Locações: sem nenhum veículo para locar. Elas sublocam para a prefeitura, mas isso quando a locação realmente existe”, diz o promotor. Segundo ele, a EP Locações é uma empresa de fachada e também tem contrato com outros municípios alagoanos.