Política

Delação da Lava Jato originou operação contra ex-governador de Alagoas

Téo Vilela e ex-secretário de governo são alvos de investigação de PF e MPF após indícios de pagamento de propina

Por Carlos Amaral com Tribuna Hoje 30/11/2017 14h41
Delação da Lava Jato originou operação contra ex-governador de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Durante entrevista coletiva realizada no final da manhã desta quinta-feira (30), a PF e o MPF deram mais detalhes da “Operação Caribdis”, desencadeada para investigar fraudes em contratos do Canal do Sertão Alagoano. Segundo os delegados Bernardo Gonçalves, superintendente da PF em Alagoas; Daniel Silvestre, chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado; e Antonio Carvalho, que comandou a operação em Alagoas, a ação contra o ex-governador Teotonio Vilela Filho se originou numa delação de um executivo da Odebrecht à força-tarefa da Lava Jato. “Nesse depoimento se apresentou uma planilha com cognomes e valores pagos como propina e o do ex-governador estava lá. Averiguamos e constatamos que as informações batiam”, explica o delegado Bernardo Gonçalves. Já a promotora Renata Baptista afirmou que o esquema era coordenado pela cúpula do Governo do Estado à época e que as construtoras chegaram a ditar as regras das licitações dos trechos 3 e 4 do Canal do Sertão Alagoano. “As obras foram superfaturadas em cerca de R$ 70 milhões, mas além desse valor, que não é pouco, não houve a concorrência necessária para uma licitação”, diz a representante do MPF. Ainda de acordo com eles, o andamento das obras em si não ficou comprometido, “apesar das práticas ilegais”. Ainda de acordo com os delegados, o ex-governador teria recebido mais de R$ 2 milhões em propina. Eles também adiantaram que familiares do envolvidos também faziam parte do esquema. Contudo, nenhum nome foi revelado. O delegado Antonio Carvalho afirmou não saber o destino do dinheiro ilícito: “Estamos rastreando”. O ex-governador Teotonio Vilela Filho e o Ministério da Saúde, já que Marco Fireman, secretário de Infraestrutura no governo do tucano, ocupa uma de suas diretorias – emitiram nota sobre a “Operação Caribdis”, que podem ser lidas aqui.