Política
Gilmar Mendes dá mais 60 dias para PF concluir investigação sobre Aécio
Inquérito prorrogado pelo ministro do STF investiga suposto esquema de corrupção em Furnas; Em março, assessoria do tucano afirmou que ele é o "maior interessado" na apuração dos fatos
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 60 dias para a Polícia Federal (PF) concluir as investigações sobre o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em supostas irregularidades cometidas em Furnas, subsidiária da Eletrobras em Minas Gerais que gera energia elétrica.
A investigação sobre o parlamentar tucano é um desdobramento da Operação Lava Jato. Aécio é suspeito de ter recebido propinas, por intermédio do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo a partir de dinheiro desviado em contratos com empresas terceirizadas.
Em sua delação premiada, o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS) contou ao Ministério Público que Aécio foi beneficiário de um "grande esquema de corrupção" na estatal Furnas.
Esse esquema, segundo Delcício, era operacionalizado por Dimas Toledo, ex-diretor de Engenharia da empresa que teria “vínculo muito forte” com Aécio.
A Polícia Federal apura a suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro a partir de desvios da estatal mineira, uma das maiores subsidiárias na Eletrobras na produção de energia.
No despacho em que autorizou a prorrogação do inquérito, Gilmar Mendes afirmou que o regimento interno do STF permite que os ministros da Corte concedam mais prazo aos investigadores quando solicitado e devidamente fundamentado pela autoridade policial ou pelo procurador-geral da República desde que apontadas as diligências que faltam ser concluídas.
"Defiro a prorrogação do prazo para a conclusão das investigações por sessenta dias", escreveu o relator do inquérito no Supremo.
Em março, quando Janot pediu autorização ao STF para ouvir Aécio sobre o caso, a assessoria do senador do PSDB afirmou, em nota, que ele é o "maior interessado" na apuração dos fatos porque, na avaliação dos assessores, o aprofundamento mostrará a correção dos atos do senador.
Entendo o caso
Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro desviado de Furnas era destinado ao financiamento de campanhas políticas e ao enriquecimento de agentes públicos, políticos, empresários e lobistas. As investigações apontam que o crime teria sido cometido entre 2000 e 2008.
Em um dos trechos de sua delação premiada, Delcídio do Amaral relatou que, durante uma viagem com Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, o ex-presidente da República questionou a ele quem era Toledo. O então senador apresentou o ex-dirigente de Furnas como “um companheiro do setor elétrico, muito competente”.
Ainda de acordo com Delcídio, Lula contou nesta mesma conversa que, no ano em que ele assumiu o comando do Palácio do Planalto, Aécio, o PT e o ex-deputado José Janene (PP-PR) – que morreu em 2010 – pediram que Toledo permanecesse no cargo.
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