Política

Justiça nega interdição de João Lyra e filhos do empresário podem ser punidos

Pedido de filhos do ex-deputado alagoano vem travando a evolução do processo que busca sanar as dívidas do grupo

Por Tribuna Independente 20/12/2016 11h14
Justiça nega interdição de João Lyra e filhos do empresário podem ser punidos
Reprodução - Foto: Assessoria

O processo de falência da Massa Falida Laginha Agroindustrial S/A, do empresário e ex-deputado federal por Alagoas, João Lyra, ganha novos caminhos após uma decisão judicial que pode punir os filhos do ex-parlamentar, Lourdinha Lyra, Guilherme Lyra, Thereza Collor, Cristina Lyra e Ricardo Lyra.

De acordo com a decisão da juíza da 24ª Vara Cível Capital, Maysa Cesário Bezerra, o pedido de interdição feitos pelos filhos contra João Lyra foi negado. Com isso, existe a possibilidade de ocorrer o leilão das usinas localizadas em Minas Gerais pertencentes ao ex-deputado, buscando quitar as dívidas que ultrapassam R$ 2,4 bilhões junto a credores e trabalhadores alagoanos.

No processo consta que os filhos pedem a interdição de João Lyra para obter a “preservação do patrimônio”. No entanto, o Ministério Público Estadual (MPE) resolveu agir para destravar o processo judicial que encontra resistências dos filhos do ex-deputado que já foi um dos homens mais poderosos de Alagoas.

Desta forma, o MP Estadual solicitou ao juiz da 1ª Vara de Coruripe, que tem como titular o magistrado Leandro de Castro Folly, para reconhecer a ilegitimidade e ausência de interesse dos filhos de João Lyra. Os promotores que atuam no caso compreendem que Maria de Lourdes (Lourdinha Lyra) e Guilherme José (Guilherme Lyra) estão “tumultuando o processo ao peticionar por diversas vezes junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas como se fossem parte interessada”.

Ainda neste contexto, os administradores judiciais e gestores judiciais da Massa Falida da Laginha, João Daniel Marques Fernandes e Luiz Henrique da Silva Cunha solicitam do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador João Azevedo Lessa, profira punições e declare ilegitimidade de Lourdinha Lyra e Guilherme Lyra que alegam junto ao processo ter se tornado acionistas mesmo após iniciado o processo de falência.  Com este avanço, existe a possibilidade de que ocorra o leilão das usinas situadas em Minas Gerais, a Triálcool e Vale do Paranaíba, para o pagamento das dívidas dos credores e trabalhadores em Alagoas.

A reportagem da Tribuna Independente tentou manter contato com a assessoria do ex-deputado federal João Lyra, no entanto não houve êxito. Também tentamos contatos com alguns dos filhos do empresário, a exemplo de Lourdinha Lyra e Guilherme Lyra, porém não conseguimos acesso.

Lourdinha Lyra, vale lembrar, era vice-prefeita de Maceió por dois mandatos à época em que Cícero Almeida comandou o Executivo da capital alagoana. João Lyra, por sua vez, ensaiou uma candidatura a deputado federal em 2014 e desistiu pouco tempos antes da campanha eleitoral.