Política
Dos deputados federais de AL, só Carimbão e JHC são contra anistia a caixa 2
Demais deputados da bancada alagoana ainda estão "analisando" o projeto
Dos deputados federais de Alagoas, Givaldo Carimbão (PHS) e JHC (PSB) se manifestaram contrários a quem arrecadou dinheiro para campanhas eleitorais sem declarar, o chamado caixa 2. O tema está em discussão, como uma emenda, na Câmara dos Deputados dentro do projeto das “Dez Medidas Contra a Corrupção”.
Carimbão manifestou seu posicionamento durante seu discurso como líder partidário na sessão da Câmara dos Deputados de quinta-feira (24). “Vamos votar a favor das dez medidas, mas queremos ter tempo para conhecer o projeto. Somos contra, obviamente, a anistia de Caixa 2”.
Ele criticou a hora da entrega do relatório para votação da medida o que, segundo ele, dificultaria sua análise devido ao grande número de páginas. A sessão foi suspensa pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), e o tema deve ser votado na próxima terça-feira (29).
“Era uma da manhã quando se estava decidindo sobre algumas emendas e agora chega esse relatório de mais de 300 páginas. 99% dos deputados não tem conhecimento do que está aqui”, discursa Carimbão.
JHC
À Tribuna, JHC também assegurou que é contra o crime denominado de caixa dois. “Meu posicionamento é contrário à anistia. É interessante, no entanto, que a população se eduque sobre esse debate, já que “anistiar um crime” é algo praticamente impossível”, garante.
LESSA E ROSINHA
A reportagem tentou saber a posição do deputado Ronaldo Lessa (PDT) e Rosinha da Adefal (PTdoB), porém não houve êxito.
O mesmo ocorreu com os deputados Arthur Lira (PP) e Nivaldo Albuquerque (PRP), que não conseguimos contato.
Deputados ainda vão ler texto sobre matéria
Para os deputados Pedro Vilela (PSDB) e Cícero Almeida (PMDB), o texto em relação ao Caixa 2 precisa ser analisado. Ambos afirmaram votar a favor do projeto das “Dez Medidas Contra a Corrupção”, mas vão estudar o tema especificamente.
“Eu nunca me utilizei de Caixa 2 e não tenho preocupação com isso, mas ninguém teve acesso ao relatório a tempo de votar. Só na próxima segunda-feira é que vou ter conhecimento de seu conteúdo. Quero a aprovação das ‘Dez Medidas’, mas também quero que o Ministério Público e o Judiciário se submetam a elas porque o Direito e a punição deve valer para todos”, diz Cícero Almeida.
O deputado Pedro Vilela, que também afirmou votar a favor da aprovação das “Dez Medidas”, não considera Caixa 2 como ato de corrupção. “Votarei favorável às ‘Dez Medidas’, mas sem prejuízo de avaliar o projeto ponto a ponto e os destaques de alteração que julgar pertinente, votar a favor. Como vai ser a questão do Caixa 2, especificamente, eu ainda não tenho como saber. Se o termo é ‘anistia’, se vai ser isso mesmo ou não. Mas eu não vou apoiar anistia a crimes de corrupção”, diz Pedro Vilela.
Já o deputado Paulão (PT) disse que o partido ainda vai se posicionar através de uma nota e que a Direção Nacional da legenda atua para unificar os parlamentares sobre o assunto.
Na última semana, parte da bancada petista na Câmara dos Deputados – que defende a antecipação do congresso partidário – publicou nota sobre o tema. Nela, eles repudiam a anistia ao Caixa 2. “Entendemos que seja este um dos objetivos do golpe: ‘estancar a sangria’, nas palavras de um dos golpistas; proteger deputados que votaram pelo impeachment da presidenta Dilma e que podem ser envolvidos com este crime eleitoral nas investigações em curso”.
PRESIDENTE
Para Rodrigo Maia, caixa 2 não é crime
Para Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, não é possível anistiar Caixa 2 porque essa prática não é crime. Segundo ele, essa conduta só será tipificada como tal após a aprovação do projeto conhecido popularmente como “Dez Medidas Contra a Corrupção”. Maia é um dos principais articuladores na Casa para garantir a suspensão de penalidades para quem fez uso dessa prática até o momento. Assim, apenas quem o fizer daqui para frente poderia sofrer alguma sanção.
“SEM PAI”
Ninguém assume autoria de emenda
Até a tarde de sexta-feira (25), nenhum deputado assumiu ser o autor da emenda que anistia a prática de Caixa 2 até os dias atuais. Durante a sessão na Câmara da última quinta-feira, todos os parlamentares que fizeram uso da palavra elogiaram o projeto e o relacionaram a um clamor popular pela moralidade pública. Mas se essa emenda, que pretende anistiar quem arrecadou dinheiro para campanhas e não o contabilizou, for aprovada, pode afetar a Operação Lava Jato.
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