Política

Justiça determina reintegração de posse em fazenda mineira de João Lyra

Fazenda Campo Limpo, em Canápolis (MG), está ocupada pelo Movimento União Nacional de Luta Camponesa (UNLC)

Por Assessoria 21/10/2016 11h52
Justiça determina reintegração de posse em fazenda mineira de João Lyra
Reprodução - Foto: Assessoria

O juiz Octávio de Almeida Neves, da Vara Agrária de Minas Gerais, determinou na quinta-feira (20) a reintegração de posse da Fazenda Campo Limpo, em Canápolis (MG), ocupada pelo Movimento União Nacional de Luta Camponesa (UNLC).

A fazenda, invadida no dia 1º de setembro, faz parte da Massa Falida da Laginha Agroindustrial, conhecida como Grupo João Lyra, e deve ser vendida junto às duas usinas mineiras do grupo, a Triálcool e a Vale do Paranaíba. A audiência para entrega de propostas está marcada para o dia 16 de novembro, às 10h30.

O pedido de reintegração de posse foi apresentado pelo administrador judicial da Massa Falida, João Daniel Marques Fernandes, e pelo gestor judicial, Henrique Cunha, sob o temor de depredação do patrimônio que vai servir para pagar as indenizações de milhares de trabalhadores do grupo falido.

Prefeituras Mineiras

Em julho deste ano, as fazendas e as unidades industriais mineiras da Massa Falida do Grupo João Lyra foram motivo para a visita de uma comissão de prefeitos de Minas Gerais ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Os chefes dos executivos de Canápolis, Capinópolis e membros de outras prefeituras afirmaram temer invasões, saques e depredação do patrimônio das usinas.

"Tememos que a deterioração das usinas pode pôr em risco o pagamento de trabalhadores e de nossas prefeituras, que são credoras também e que aguardam receber os impostos atrasados", declarou Diógenes Borges, prefeito de Canápolis.

Cerca de três mil pessoas trabalhavam nas duas unidades industriais – e não receberam suas indenizações com a paralisação do funcionamento. Além disso, juntos os dois municípios aguardam o pagamento em impostos de cerca de R$ 10 milhões. Em agosto, a Usina Vale do Paranaíba sofreu uma tentativa criminosa de incêndio. Não houve danos.

Diante do clima, a Administração Judicial da Massa Falida tem pedido celeridade à Justiça para que as unidades sejam vendidas ou arrendadas, evitando perdas, arrecadando para o pagamento dos credores e devolvendo a economia unidades que historicamente geraram emprego e renda a vários municípios de Alagoas e Minas Gerais.