Polícia

Corpo de alagoano continua no Instituto Médico Legal de SP

Por Mônica Lima - editora de Cidades / Tribuna Independente 12/11/2025 07h55
Corpo de alagoano continua no Instituto Médico Legal de SP
Corpo de Jeferson Souza, assassinado por PMs, continua no IML de São Paulo esperando liberação - Foto: Acervo Pessoal

A família do alagoano Jeferson de Souza, assassinado por policiais militares, não tem noção de quando poderá enterrar o corpo do parente, que se encontra no Instituto Médico Legal de São Paulo. O atraso no traslado do corpo se deve à não conclusão do exame de DNA, ao qual as duas irmãs se submeteram em setembro último. Já são cinco meses que os familiares aguardam, com ansiedade, o momento de sepultar Souza.

Micaely Soares, irmã de Jeferson, disse que tem entrado em contato com a Defensoria Pública de São Paulo, mas foi informada que não há previsão. Inclusive, uma defensora tentou junto à Polícia Civil a liberação do corpo, mas não conseguiu. “Estamos nessa espera angustiante pela chegada do corpo e o tempo passando. Já são cinco meses de angústia e expectativa”, frisou.
Segundo Micaely, com essa demora a família está se preparando para realizar o sepultamento sem ver o rosto do irmão pela última vez. “Não sabemos qual é o estado do corpo do Jeferson e se será possível ver o seu rosto nesse último momento de despedida. Isso é o que nos deixa tristes e inconformadas”, destacou.

Como vivia em situação de rua, Jeferson nunca chegou a emitir documento de identidade, segundo a SSP, o que impossibilitou o reconhecimento por impressões digitais. Por essa razão, foi necessário cruzar os dados genéticos dele com os dos parentes.

Em 13 de junho, Jeferson Souza foi assassinado quando se encontrava no Viaduto 25 de Março, durante uma ação tática da PM paulista. Ele estava desarmado e acuado, conforme imagens de câmeras corporais, e foi executado com três disparos de fuzil — na cabeça, tórax e braço. A gravação contradiz a versão dos policiais, que disseram que a vítima tentou tomar a arma de um dos agentes.

Os dois policiais envolvidos — um tenente e um soldado — foram presos em julho. Eles respondem pelos crimes de homicídio doloso, falsidade ideológica e obstrução de Justiça.