Polícia
Laudo confirma espancamento de homem após ação da PM em Santana do Ipanema
Rogério Almir sofreu hemorragia interna provocada por agressões; PC cria comissão para investigar o caso

Um laudo pericial da Polícia Científica de Alagoas confirmou que Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, morreu em decorrência de uma hemorragia interna provocada por espancamento. O caso, ocorrido na quarta-feira (9) em Santana do Ipanema, no Sertão alagoano, ganhou repercussão nessa segunda-feira (14) após a família denunciar tortura e assassinato praticados por policiais militares.
A Polícia Civil informou que uma comissão especial foi criada para investigar a conduta dos agentes envolvidos na ocorrência, enquanto a Polícia Militar ainda não se pronunciou oficialmente sobre o laudo.
Segundo relato da esposa de Rogério, Ariele que está grávida de seis meses, ele estava na casa de um amigo jogando videogame quando policiais da Companhia de Caatinga (Copes) invadiram o imóvel sem mandado. “Pouco antes eles tinham saído para comprar pastel. Estavam jogando, tem até print da vitória. Não havia arma, não havia droga. Eles torturaram ele. A médica que o atendeu disse que havia sinais claros de tortura: olho roxo, sobrancelha cortada", contou, emocionada.
Rogério era ajudante de pedreiro e seria pai de uma menina. Ariele lamentou a brutalidade do episódio e o impacto na vida da filha:
“Nem o enxoval nós compramos. Precisei pegar empréstimo para enterrá-lo. Quando minha filha nascer, como vou explicar que o pai dela foi torturado até a morte?”, desabafou.
Antes da divulgação do laudo, a PM alegou que fazia patrulhamento na área após denúncia de tráfico de drogas. Segundo nota da corporação, alguns suspeitos fugiram ao avistar as viaturas. Rogério teria sido encontrado se debatendo no chão e foi socorrido a uma unidade de saúde, onde morreu.

A versão, no entanto, é contestada pelo advogado da família, Walisson dos Reis Pereira da Silva, que aponta falhas graves no procedimento.
“Além de torturar e matar, os policiais alteraram a cena do crime, caracterizando fraude processual. Plantaram drogas e impediram a perícia no local. É inadmissível. Vamos pedir a exumação do corpo. A sociedade não pode aceitar a banalização da morte de um inocente", declarou o advogado.
O caso levanta novos questionamentos sobre a atuação de forças de segurança em comunidades do interior do Estado e reforça a necessidade de investigações imparciais, rápidas e transparentes.
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