Polícia

OAB/AL divulga balanço dos homicídios contra a pessoa idosa em Alagoas

Levantamento, referente ao ano de 2024, mostra um aumento de 16% no número de casos, em relação ao ano passado

Por Ascom OAB/AL 29/04/2025 19h53 - Atualizado em 30/04/2025 00h07
OAB/AL divulga balanço dos homicídios contra a pessoa idosa em Alagoas
Dados foram apresentados nesta terça-feira (29) - Foto: Ascom OAB/AL

A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), por meio da Comissão Especial do Idoso, apresentou, nesta terça-feira (29), um balanço dos casos de homicídio que vitimaram mulheres e homens com idade acima de 60 anos no estado, no ano de 2024. Conforme os dados apresentados, houve um aumento de 16% no número de casos em relação ao ano de 2023.

No total, em 2024, foram registrados 35 homicídios contra pessoas idosas, sendo 32 vítimas do sexo masculino e três do sexo feminino. Em 2023, foram contabilizados 30 mortes de idosos em Alagoas. A maioria dos crimes ocorreu em municípios do interior do estado, um total de 29. Os outros seis foram registrados na capital alagoana.

Entre os municípios mais violentos para a população idosa estão, além de Maceió, as cidades de Arapiraca, Novo Lino, Porto de Pedras, São José da Tapera, Olho D’Água Grande, Delmiro Gouveia e Colônia Leopoldina, com dois registros cada.

A maioria das mortes foi resultante de disparos de arma de fogo, um total de 17. Os demais homicídios foram praticados fazendo uso de arma branca (9); espancamento, socos e pontapés (2); asfixia (1) e maus tratos (1). Cinco mortes não tiveram a causa identificada.

Os dados coletados pela OAB/AL para confecção do relatório foram compilados junto à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL) e aos veículos locais de imprensa.

Durante uma entrevista coletiva, realizada na manhã desta terça-feira (29), o presidente da Comissão Especial do Idoso da OAB/AL, Gilberto Irineu, destacou o trabalho que vem sendo feito pela Ordem diante dos casos de violência.

“Hoje apresentamos os dados de assassinatos praticados contra a população de pessoas idosas no ano de 2024. Temos em Alagoas hoje meio milhão de pessoas idosas, a maioria em estado de vulnerabilidade. Nesse momento, a OAB está expedindo um ofício solicitando que o Ministério Publico acompanhe de perto esses dados. Para saber se todos os inquéritos desses casos foram instaurados, se foram diligenciados, em que estágio se encontram, se foram elucidados e se foram remetidos à justiça. Estamos também expedindo ofício ao Secretário de Segurança Pública, para que informe a Comissão e as instituições em que estágio se encontram esses inquéritos. É necessário ampliar as políticas públicas mais próximas aos povoados, aos municípios e aos sítios do interior do estado de Alagoas, uma vez que a maioria dos casos ocorreram nessas localidades.”, pontuou.

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDPI/AL), Marta Marisa da Silva, ressaltou o aumento dos números e a importância de um diagnóstico mais aprofundado da situação.

“Queremos parabenizar a OAB pelo trabalho realizado e dizer que, em nome do Conselho, eu sugiro que haja a construção de um diagnóstico em cima dos números que já temos, para que, futuramente, tenhamos ações mais efetivas de prevenção a essa causa. O idoso precisa viver mais. É com um diagnóstico que vamos descobrir as causas dessa situação, e com certeza sairão ações mais efetivas de combate.”

Para Yana Melo, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, é preciso que as instituições atuem em conjunto para coibir mais ocorrências.

“Os dados são alarmantes, temos muito o que fazer. Falo em nome de todos do Conselho, precisamos agir. Precisamos unir forças a favor da pessoa idosa. Precisamos fazer valer as políticas públicas. Essas pessoas merecem respeito, elas merecem viver, elas querem viver. E enquanto poder público, sociedade civil, precisamos agir para que essa realidade seja transformada.”, frisou.