Polícia

Mulher que teve 70% do corpo queimado morre após 20 dias de luta intensa pela vida

Eraldo Delfino, de 52 anos, agrediu a companheira e depois jogou álcool no sábado de carnaval

Por Tribuna Hoje com agências 25/03/2025 11h31 - Atualizado em 25/03/2025 23h21
Mulher que teve 70% do corpo queimado morre após 20 dias de luta intensa pela vida
Claudiane Maria Joventino dos Santos antes e depois de ter 70% do corpo queimado pelo marido em Maceió - Foto: Reprodução

A vida de Claudiane Maria Joventino dos Santos foi interrompida de forma brutal. Aos 41 anos, ela teve 70% do corpo queimado e sobreviveu por mais de 20 dias de luta intensa, mas não resistiu. Faleceu na madrugada dessa terça-feira (25), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

A notícia devastadora foi divulgada pela filha dela, que agora precisa enfrentar a dor de perder a mãe para um crime que carrega o peso da crueldade e da impunidade: o feminicídio.

Uma tragédia anunciada

O suspeito do crime, o companheiro Eraldo Delfino, de 52 anos, não hesitou em transformar a casa da vítima em um cenário de terror. No sábado de Carnaval, enquanto Claudiane lavava a louça na cozinha, ele covardemente começou a agredi-la fisicamente e depois com álcool, tocando fogo na corpo dela. 

Eraldo Delfino


O desespero de Claudiane foi silenciado. O agressor trancou as portas e aumentou o volume do som, impedindo qualquer pedido de socorro, dificultando o regaste. A mulher só conseguiu ajuda na tarde do dia seguinte, quando finalmente foi levada ao hospital.

Seus últimos dias foram de sofrimento, com queimaduras que marcaram não apenas o corpo, mas a alma de todos que acompanharam sua luta pela vida. O rosto, o pescoço, os braços, as mãos e a perna esquerda foram tomados pelas chamas, deixando um rastro de dor irreversível.

Após o crime, Eraldo Delfino fugiu. Foram semanas foragidas, enquanto a vítima agonizava em um leito hospitalar. Somente no dia 11 de março, mais de um mês após o ataque, ele foi preso pela Polícia Civil.

Claudiane: mais do que uma vítima, uma mulher que sonhava

Antes de ser um nome nas estatísticas, Claudiane era uma mulher com sonhos, esperanças e planos . Sua rotina, como a de tantas outras, incluía trabalho, casa, filhos, lutas diárias e momentos de felicidade que foram brutalmente arrancados.

Ela se junta a um número alarmante de mulheres que, todos os dias, são violentadas e mortas apenas por serem mulheres.