Polícia
Empresa alagoana é vendida a pessoa um ano após seu falecimento
Ação cumpre mandados em quatro estados; MP pede devolução de R$ 36 milhões aos cofres de Alagoas
O Ministério Público de Alagoas, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate a Sonegação Fiscal de Lavagem de Bens (Gaesf), cumpriu na manhã desta quarta-feira (12) dois mandados de busca, apreensão e sequestro de bens. Denominada Blindspot, a operação acontece em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e São Paulo.
Em Alagoas, uma empresa foi vendida para uma pessoa um ano após seu falecimento.
Os 14 integrantes da organização criminosa foram denunciados no dia 30 de abril e a denúncia foi recebida no dia 10 de junho pela 17ª Vara Criminal da Capital (Combate ao Crime Organizado). Deles, oito são residentes em Alagoas; três, em Pernambuco; dois, em São Paulo; e um, na Paraíba.
A organização interestadual atuava a partir de alterações societárias empresariais, com a utilização de interpostas pessoas, inclusive pessoa falecida, bem como através da emissão de notas fiscais fraudulentas, objetivando fraudar a fiscalização tributária e sonegar impostos estaduais, prejuízo calculado em R$ 17.210.372,72, valor relacionado ao esquema de Alagoas, como também R$ 1.146.570 relacionado aos denunciados de empresas em São Paulo.
Atuando em conluio com empresa sediada no município de Escada, em Pernambuco, e no município de Jandira, em São Paulo, uma empresa de grande porte recebeu e utilizou-se irregularmente de cerca de R$ 82 milhões em notas fiscais ideologicamente falsas.
O MP/AL propugna pela condenação dos envolvidos nos crimes de Organização Criminosa, Sonegação Fiscal, Falsificação de Documentos, Falsidade Ideológica e Lavagem de Bens, que está em apuração.
O Gaesf propugna ainda pela condenação dos réus ao pagamento de multa penal e reparação de dano moral coletivo num valor aproximado de R$ 36 milhões em favor do Povo de Alagoas, além do enquadramento na lei 12.846/13 para a responsabilização das pessoas jurídicas.
BLINDSPOT
A palavra que dá nome à operação é de origem inglesa e significa “Ponto Cego”, fazendo referência à dificuldade de controle e atuação dos órgãos de fiscalização em relação a esse tipo de organização criminosa.
A operação contou com a parceria a Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz/AL), Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) e Procuradoria Geral do Estado de Alagoas (PGE/AL).
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