Polícia

Acusados pela morte de motorista por aplicativo são condenados a mais de 20 anos de prisão

Crime aconteceu em agosto de 2022 quando Amanda Pereira aceitou corrida de Rio Largo à Marechal Deodoro

Por Lucas França com Tribuna Hoje com TJ/AL 12/07/2023 11h09 - Atualizado em 12/07/2023 21h35
Acusados pela morte de motorista por aplicativo são condenados a mais de 20 anos de prisão
Amanda Pereira, 27 anos - Foto: Reprodução/Instagram

Os réus Jackson Vital dos Santos, Yuri Livramento dos Santos, e Maristela Santos de Souza, acusados de latrocínio - roubo seguido de morte, contra a motorista por aplicativo Amanda Pereira, 27 anos, assassinada em agosto de 2022, foram condenados a mais de 20 anos de reclusão.

A sentença foi proferida pela juíza Fabíola Melo Feijão, titular da 1ª Vara Cível e Criminal de Marechal Deodoro, nessa terça-feira (11). Todos foram considerados culpados pelo crime de latrocínio. As penas de Jackson Vital dos Santos e Maristela Silva de Souza foram fixadas em 21 anos e 6 meses de reclusão, enquanto Yuri Livramento dos Santos foi condenado a 21 anos.

A defesa de Yuri sustentou que o réu deveria ser condenado por tentativa de roubo majorado, mas sem responsabilização pela morte. A ré Maristela pediu a absolvição, alegando que estava junto aos acusados, mas não sabia da intenção criminosa nem participou dos atos.

De acordo com a magistrada Fabíola Feijão, a participação dos três foi comprovada, e não há como excluir ou diminuir a responsabilidade dos acusados, já que “a repartição de tarefas não desnatura a coautoria”.

“A associação para a prática de um delito em que a violência é parte integrante e indispensável do tipo, torna todos os partícipes ou coautores responsáveis pelo resultado mais gravoso, não tendo qualquer relevância a circunstância de ter sido a atuação de um, durante a execução, menos intensa que a de outro”, afirmou a juíza na decisão.

Ainda segundo a sentença, “é irrelevante perquirir quem produziu força muscular que caracterizou a asfixia mecânica contra a vítima”.

A magistrada descreveu a ação criminosa cometida pelos réus como fria e calculada. Como se trata de um crime de latrocínio (homicídio cometido com o fim de lucro), os réus não foram levados a júri popular. Nesse tipo de crime, a Justiça entende que não houve dolo contra a vida, e a sentença é proferida pelo juiz (a) responsável pelo caso.

Com isso, os réus que já estavam presos há mais de 10 meses, vão cumprir a pena em regime fechado.

Amanda foi morta após aceitar uma corrida de Rio Largo com destino final para a cidade de Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió. O crime repercutiu e chocou toda sociedade alagoana. A motorista foi estrangulada e sufocada até a morte.

Jackson Vital, um dos acusados do crime, confessou e admitiu que sufocou a vítima na ação conhecida como ‘’mata-leão’. Ele disse que agiu com violência porque Amanda havia reagido ao assalto. De acordo com o assassino confesso, a motorista de app teria ficado descontrolada ao ir para o banco de trás, depois de ser rendida. Amanda também teria mordido uma mulher que também havia participado do latrocínio.

Yuri Livramento (à esquerda), Maristela Santos (ao centro) e Jackson Vital (à direita) foram presos dias após o crime (Foto: Divugação)

O CASO

A motorista de transporte por aplicativo identificada como Amanda Pereira, de 27 anos de idade, foi encontrada morta horas depois de desaparecer durante uma corrida entre as cidades de Rio Largo e Marechal Deodoro. O corpo dela foi localizado na madrugada desta terça-feira, no Rio do Meio, no Benedito Bentes, na parte alta de Maceió.

Segundo familiares, Amanda estava no Conjunto Jarbas Oiticica, em Rio Largo, quando recebeu a solicitação e aceitou a corrida que tinha como destino a cidade de Marechal Deodoro. A motorista compartilhou a viagem com a família, que logo desconfiou quando a vítima usou um caminho diferente do habitual. O último contato que ela teve com o esposo aconteceu na tarde dessa segunda.

Um grande número de pessoas, entre familiares, amigos e colegas de profissão, esteve no Cemitério Parque das Flores, na tarde desta terça-feira, para prestar a última homenagem a Amanda durante seu sepultamento.