Polícia

Acusada de matar o marido italiano e ocultar corpo diz que sofreu violência por anos

De acordo com a presidente da Associação AME, advogada Julia Nunes, a entidade assumirá a defesa por entender que mulher foi vítima de abusos

Por Associação 15/12/2021 08h00
Acusada de matar o marido italiano e ocultar corpo diz que sofreu violência por anos
Reprodução - Foto: Assessoria
Após receber uma carta de socorro de Cléa Fernanda Máximo, ré confessa do assassinato do marido, o advogado italiano Carlo Cicchelli, a Associação AME assumiu a defesa da vítima e já atuará no julgamento que iniciará nesta quarta-feira (15), no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. O crime aconteceu em setembro de 2018, na Ponta Grossa. De acordo com a presidente da Associação AME, advogada Julia Nunes, a entidade assumirá a defesa da ré por entender que ela foi vítima de violência por muitos anos. “Foram muitos os tipos de violência sofridos por esta mulher, que chegou a ser estuprada, foi obrigada a fazer um aborto e a se prostituir para satisfazer os desejos do companheiro. Por estes motivos, a Associação AME atuará neste caso em defesa de uma mulher que sofreu muito antes de cometer este crime”, explicou. Na carta endereçada à AME, Cléa Fernanda Máximo afirma “ter comido o pão que o diabo amassou” em seu relacionamento, esclareceu que não utilizou nenhum dinheiro da vítima, que se arrepende muito do crime e seu único intuito era salvar sua vida. [caption id="attachment_486527" align="aligncenter" width="800"] Imagens mostram mudança na feição de Cléa Fernanda Máximo após convivência com italiano (Imagem: Divulgação)[/caption] Julgamento A 7ª Vara Criminal de Maceió leva a júri, nesta quarta (15), Cléa Fernanda Máximo da Silva, acusada de matar o marido, Carlo Ciccheli, e ocultar o corpo por cerca de 40 dias, em setembro de 2018. O julgamento terá início às 9h e será conduzido pelo juiz Filipe Munguba, no Fórum da Capital. O crime ocorreu no bairro da Ponta Grossa. De acordo com o laudo pericial, a vítima foi atingida por instrumento contundente na cabeça, lesão por instrumento perfurocortante, com sinais de extravasamento de grande quantidade de sangue antes da morte. Segundo a acusação, a ré ocultou o cadáver da vítima em um dos cômodos da casa. A motivação do crime teria sido questões financeiras, uma vez que o casal iniciou a vida no Brasil morando em hotéis de nível elevado e foram caindo financeiramente. Cléa confessou o crime em depoimento à polícia.