Polícia

Funcionária da Equatorial foi sequestrada pelo marido motivado por dinheiro de imóvel

Adriana Rogério da Rocha sumiu após deixar o trabalho na última segunda-feira (23)

Por Ana Paula Omena com Tribuna Hoje 25/09/2019 14h08
Funcionária da Equatorial foi sequestrada pelo marido motivado por dinheiro de imóvel
Reprodução - Foto: Assessoria
Jorge Tadeu Gomes Alves, de 43 anos. Esta é a identificação do mandante do sequestro da funcionária da Equatorial em Alagoas, Adriana Rogério da Rocha, de 44 anos. Ele, que é marido dela, estava entre os ocupantes do veículo utilizado para levá-la até o cativeiro no município do Pilar, região metropolitana de Maceió. Ele anunciou o ilícito para a vítima e desembarcou nas imediações dos Correios na parte alta da capital. O delegado Tiago Prado, responsável pela investigação, contou detalhes de como o marido de Adriana, que é caminhoneiro, agiu junto com os demais comparsas. Adriana estava desaparecida desde a última segunda-feira (23), após sair do trabalho no bairro do Farol. [caption id="attachment_329305" align="aligncenter" width="640"] Foto: Sandro Lima/Reprodução[/caption] Câmeras de segurança auxiliaram na identificação dos suspeitos, bem como o Disque Denúncia (181) e o serviço de inteligência das polícias Civil e Militar. De acordo com a autoridade policial, foram detidos ainda no cativeiro Kennedy Gomes da Silva e Walisson dos Santos Porfírio, ambos de 23 anos.  Eles confessaram o crime. [caption id="attachment_329306" align="aligncenter" width="640"] Foto: Sandro Lima/Reprodução[/caption] Fabrício Queiroz da Silva, conhecido como "Dudé", trocou tiros com os policiais que estouraram o cativeiro, foi baleado e faleceu no local. O marido de Adriana Rocha e José Mirosmar Duarte dos Santos, de 24 anos, estão foragidos e a polícia segue no encalço com os mandados de prisão preventiva já decretados contra eles. DINHEIRO DE IMÓVEL Durante depoimento Adriana disse que a trama do sequestro foi orquestrada pelo marido na intenção de ficar com o dinheiro integral de um imóvel que ela pretendia vender. “Inclusive foi o próprio Jorge quem passou o número do Mirosmar como sendo de um corretor de imóveis para ela. Inocente Adriana ligou para Mirosmar e marcaram de se encontrar no estacionamento do supermercado Extra, na Gruta de Lourdes”, frisou o delegado. Thiago Prado ressaltou que Jorge Tadeu armou o sequestro com requintes de crueldade, recompensando os criminosos com o próprio cartão de crédito da vítima. “O grupo ainda conseguiu creditar em compras R$ 3 mil e depois mais R$ 2 mil do cartão da vítima, a maquineta estava no nome de um deles”, destacou. [caption id="attachment_329304" align="aligncenter" width="640"] Delegado Thiago Prado (Foto: Sandro Lima)[/caption] Jorge Tadeu alegou que o sequestro teria sido motivado por problemas conjugais, uma suposta traição de Adriana, o que foi desmentido por ela na delegacia. “O marido ainda chegou a ir à Deic [Divisão Especial de Investigação e Captura] prestar queixa sobre o desaparecimento dela”, salientou o delegado. CATIVEIRO NO PILAR A autoridade policial explicou que o serviço de inteligência foi fundamental para chegar até os suspeitos que estavam no cativeiro na cidade do Pilar. Ele contou que o local seria ermo cercado de vegetação e que Adriana estava em situação periclitante, num cubículo, regada a pão, bolacha e água. “Dois suspeitos faziam a guarda dela: José Mirosmar e Fabrício, este último morto durante o confronto”, mencionou. [caption id="attachment_329308" align="aligncenter" width="640"] Cativeiro usado pelos criminosos (Foto: Sandro Lima/Reprodução)[/caption] Thiago Prado disse ainda que um dos criminosos já havia prestado serviços laborais para Jorge Tadeu. Os suspeitos são do município do Pilar. Jorge Tadeu era casado com Adriana há 22 anos e juntos têm três filhos. A vítima foi vista pela última vez na segunda-feira (23) após deixar o trabalho na Equatorial em seu veículo HB20 de cor branca, de placa QLB 8998. Na delegacia de polícia o bando criminoso confessou o crime e narraram que o mandante teria sido o marido da vítima, Jorge Tadeu. “A traição foi um motivo falso, havia motivação financeira por trás do crime, uma vez que a vítima está prestes a receber uma quantia de uma venda de um imóvel, cuja quantia tem interesse o seu marido de ficar com o valor na integralidade, por isso o interesse dele de tirar a vida da senhora Adriana Rocha”, salientou. [caption id="attachment_329307" align="aligncenter" width="640"] Foto: Sandro Lima/Reprodução[/caption] “Os bandidos foram orientados pelo marido a pegar todos os cartões e senhas da vítima para que o mesmo pudesse fazer o saque do débito posteriormente. Adriana foi levada para o cativeiro em um Fiat Uno por três suspeitos a 21 quilômetros de distância do local onde foi raptada, da Gruta ao Pilar. O carro dela foi deixado a três quilômetros do local do cativeiro”, detalhou o delegado.