Polícia

Delegado vai indiciar piloto de catamarã por homicídio culposo

Naufrágio com embarcação em Maragogi há menos de um mês causou a morte de duas pessoas

Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente 22/08/2019 10h27
Delegado vai indiciar piloto de catamarã por homicídio culposo
Reprodução - Foto: Assessoria
Menos de um mês depois do terrível naufrágio com o catamarã que fazia passeios de turismo em Maragogi, e que causou a morte de duas pessoas, o delegado da Polícia Civil do município, Ailton Prazeres, confirmou que, depois de ouvir 13 pessoas, entre testemunhas e tripulantes, e mesmo sem o resultado final da perícia feita pela Capinaria dos Portos de Alagoas, vai indiciar o marinheiro que pilotava a embarcação por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), sobretudo porque mesmo sabendo que havia infiltração de água em um dos flutuantes, não orientou as mais de 60 pessoas sobre o uso dos equipamentos de salva-vidas. O delegado confirmou que vai enviar o inquérito à Justiça nessa quinta-feira, com um único indiciamento, nesse caso, o piloto, que mesmo sendo sua primeira viagem, deveria ter vistoriado a embarcação antes de colocá-la no mar para realizar o passeio até as piscinas naturais. Na investigação concluída pelo oficial, ficou esclarecido que o piloto negligenciou a condição do catamarã e que ao invés de orientar sobre o uso obrigatório do salva-vidas, mesmo diante da situação crítica em que se encontrava, optou por pedir ajudar através do rádio de outro barco a serviço da mesma empresa. Segundo testemunhas ouvidas pelo delegado, tudo aconteceu muito rápido. “Uma testemunha relatou, por exemplo, que apareceu uma tartaruga morta boiando e assim os passageiros mudaram para o lado avariado, desequilibrando o barco. Depois disso o que se sabe é que afundou rápido. O socorro também não demorou, mas dez minutos submerso é muito tempo para quem precisa de socorro”, afirmou. Em relação ao indiciamento da proprietária da empresa, dona da embarcação, empresária Simone Leite, que foi candidata à vereadora nas eleições passadas, o delegado voltou a afirmar que não existem elementos suficientes para esse tipo de ação. O que se sabe é que um dia após o acidente, que aconteceu no dia 27 de junho, a Promotora de Justiça, Francisca Paula Santana, tinha afirmado que iria fazer uma representação pela prisão da proprietária. Na tarde de ontem (21), a reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com a Promotoria de Maragogi, mas a promotora não se encontrava e ninguém quis passar detalhes sobre o caso. Mesma situação na Capitania dos Portos, responsável pela perícia, que informou que o laudo será publicado dentro do prazo de 30 dias após o naufrágio. A embarcação, que foi seriamente danificada, se encontra nesse momento ancorada em Maragogi ainda a disposição das autoridades.