Polícia

Assaltos a ônibus no Centro de Maceió caem 200% em três meses com Ronda no Bairro

Assaltos a veículos diminuíram 100% e a transeuntes caíram 31% em comparação ao trimestre anterior ao lançamento do programa na região

Por Texto: Ana Daniella Leite e Dayris Carvalho com Agência Alagoas 31/10/2018 18h04
Assaltos a ônibus no Centro de Maceió caem 200% em três meses com Ronda no Bairro
Reprodução - Foto: Assessoria
Em 90 dias de atuação nas áreas comerciais do Centro de Maceió, o Programa Ronda no Bairro ajudou a reduzir o número de assaltos a coletivos em 200%. Os dados do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (NEAC), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), apontam também a queda de 100% nos assaltos a veículos e redução de 31% no número de assaltos a transeuntes em comparação ao trimestre anterior. Os números alcançados nesse período comprovam que o programa ajuda a reduzir a violência nos territórios de atuação e garante a moradores, comerciantes, trabalhadores e frequentadores dessas regiões a tranquilidade necessária para desenvolver suas atividades. Por dia, 60 agentes de proximidade realizam rondas a pé, de moto e de carro tanto nas áreas comerciais do bairro, como no entorno, reforçando a segurança em pontos de ônibus, acessos a escolas, faculdades, praças e mirantes existentes no perímetro. Já a equipe social multidisciplinar é composta por uma psicóloga e uma assistente social. A população aprova esse novo jeito de fazer segurança pública, como relata a comerciária Deyse Angélica: "Uma das coisas que mais gosto nos policiais do Ronda é que eles estão sempre conversando com os comerciantes, são amigáveis e não estão aqui apenas para nos manter seguros, como também para ajudar em casos de pessoas que moram nas ruas”, afirma Deyse, que gerencia uma loja de vestuários do Centro. “Além disso, melhorou muito o movimento na loja, as pessoas se sentem mais seguras para entrar e comprar à vontade". Para o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, a presença desses policiais dá mais segurança a consumidores e lojistas. “Os policiais evitam as confusões, os pequenos furtos e mantêm a sensação de segurança, que é primordial para quem trabalha em locais onde a incidência de roubos é maior”, afirma. “Os lojistas têm relatado que os policiais fazem questão de conversar e estabelecer uma relação de confiança. Também notaram que o movimento cresceu. Agora com as festas de fim de ano, por exemplo, serão mais de 13 mil pessoas circulando diariamente e saber que contamos com o efetivo do Ronda no Bairro deixa toda a comunidade comercial mais tranquila", completa Guido. A filosofia e a execução do programa contemplam quatro eixos: segurança de proximidade, abordagem social e comunitária, atenção à população em situação de vulnerabilidade social e articulação para a requalificação de espaços de convivência mútua degradados. Hoje o Ronda no Bairro está presente em áreas comerciais de oito bairros da capital: Jacintinho, Jaraguá, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Jacarecica, Cruz das Almas e Centro. "Eu já vi a atuação do Ronda em outros bairros também. Presenciei muitos casos em que eles interceptaram suspeitos, acabaram com as confusões, são muito rápidos e resolvem tudo com muita capacidade. Estão fazendo um excelente trabalho”, afirma a bancária Thayse Costa. Moradores de rua Desde que o Ronda no Bairro foi implantado, há três meses, a equipe de Articulação e Mobilização Social do programa realizou 67 abordagens psicossociais a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Todos os casos identificados foram encaminhados para as Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) municipais e estaduais, já que ao Estado cabe fiscalizar, mobilizar e articular o acesso aos serviços públicos. “Esse é o diferencial do Ronda no Bairro, aliar o serviço operacional ao social. As pessoas gostam de se sentir parte de um projeto de construção coletiva e incentivar o protagonismo social é uma meta. Por isso, estamos sempre reunidos com lideranças comunitárias e comerciais para entender o perfil de interesse desses atores em nossos perímetros de atuação”, explica o coronel Cícero Silva, superintendente do programa.