O caso de um adolescente encontrado morto pelo pai, na noite de terça-feira (9), em sua casa no bairro do Benedito Bentes em Maceió, pode estar relacionado ao Jogo Baleia Azul.  De acordo com o pai do adolescente de 15 anos em entrevista para a TV Ponta Verde, na tela do computador do garoto estava escrito “Game Over” que em português significa “acabou” e em tradução livre “fim de Jogo”.

O pai do adolescente disse na entrevista para a televisão que ele foi para a escola normalmente pela manhã como fazia todos os dias e depois voltou para casa, almoçou e ficou no quarto durante toda à tarde. Segundo o pai, o comportamento é rotineiro, por isso nada chamou atenção. Depois o pai levou a esposa para o trabalho e quando voltou para casa bateu na porta do quarto do filho por algumas vezes, mas não teve nenhuma resposta, então ele decidiu arrombar a porta e já se deparou com o filho morto.

O pai desesperado informou que levou o menino para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi constatado o óbito.

A equipe de reportagem do jornal Tribuna Independente tentou entrar em contato com a Escola onde o garoto estudava para conseguir outras informações, mas não obteve retorno. Segundo informações de moradores, a escola passou o dia fechada na quarta-feira (10).

Inquérito policial deve apurar caso

O Distrito Policial do Benedito Bentes vai abrir um inquérito policial para apurar a morte do adolescente. Inicialmente suspeita-se que o adolescente tenha morrido após praticar a fase final de um jogo conhecido como Baleia Azul.

A delegada Maria Aparecida, titular do Distrito Policial, disse que vai investigar as circunstâncias da morte do jovem assim que possível. Ela explicou que tomou conhecimento da morte de forma extraoficial e que vai aguardar esse momento de dor e em seguida chamar a família para prestar esclarecimentos sobre o caso.

“Vamos investigar a morte como todo e qualquer suicídio que deve ser investigado pela polícia. Agora, vamos respeitar o momento de dor da família, mas, logo em seguida, vamos chamá-la para trazer algumas informações sobre o caso e dar sequência à investigação”, disse a delegada.

Em relação à Baleia Azul, a delegada Maria Aparecida falou que é preocupante e principalmente para os pais que tem filhos na fase da adolescência.

PSICÓLOGOS

A psicóloga Poliana Guimarães disse que a internet é atualmente um mecanismo de fundamental importância que pode ser usado para o bem, mas também para o mal. “Para as crianças e adolescentes pode ser um instrumento perigoso, nunca dá para saber quem está do outro lado, o que eles estão fazendo. É preciso limites, orientação e controle e principalmente a presença dos pais quando os filhos estiverem acessando a internet”, comentou.

A psicóloga Janaína Diniz diz que a questão preocupante está na frequência e na intensidade do uso das novas tecnologias, que, progressivamente, pode trazer uma série de problemas para o desenvolvimento e a qualidade de vida desses jovens.

“Não é fácil encontrar um ponto de equilíbrio entre o estilo de vida atual, marcado pelo uso de novas tecnologias, e a regulação do uso da mídia eletrônica. Por isso, os pais devem, desde cedo, estabelecer vínculos, por meio do diálogo, e trabalhar para que os seus respeitem os horários e os limites de acesso e permanência nos dispositivos eletrônicos. Para que isso seja possível, também é importante encontrarmos uma maneira de educar os pais sobre os prejuízos e os benefícios dos meios eletrônicos e ajudá-los a fazer escolhas positivas para seus filhos”, explicou.

BRASIL

Na cidade de Monção, no Maranhão, uma adolescente identificada como Thalia Menezes, de apenas 16 anos de idade, foi encontrada morta em abril deste ano, no próprio quarto. A adolescente se suicidou. A Polícia investiga se as causas da morte também está relacionado  ao jogo.

Parentes da adolescente contaram que ela participava nas redes sociais, de um jogo cibernético conhecido como Blue Whale ou Baleia Azul, na tradução livre do inglês.  O jogo é originário da Rússia e trazem desafios que têm atraído muitos jovens, principalmente, aqueles que têm problemas de autoaceitação.