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Israel diz que lamenta ataque à única igreja católica de Gaza

Israel declarou na quinta-feira (17) que “lamenta profundamente” o ataque mortal à única igreja católica de Gaza, que matou três pessoas.
O Patriarcado Latino de Jerusalém, que tem jurisdição sobre os católicos de rito latino em Gaza, afirmou que a Igreja da Sagrada Família foi atacada por Israel na manhã de quinta-feira.
A paróquia se tornou um abrigo para a pequena comunidade cristã do território palestino em meio à guerra de 20 meses.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “Israel lamenta profundamente que uma munição perdida tenha atingido a Igreja da Sagrada Família em Gaza. Cada vida inocente perdida é uma tragédia”.
“Israel está investigando o incidente e continua comprometido em proteger civis e locais sagrados”, acrescentou o gabinete em um comunicado.
Em um telegrama do Vaticano na quinta-feira (17), uma autoridade da Igreja disse que o papa Leão XIV está “profundamente entristecido” com o ataque.
Chamando a investida de “ataque militar”, o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, disse: “Ao encomendar as almas dos falecidos à misericórdia amorosa de Deus Todo-Poderoso, o Santo Padre reza pelo consolo dos que sofrem e pela recuperação dos feridos.”
O gabinete de Netanyahu disse que ele estava “grato ao papa Leão por suas palavras de conforto.”
O primeiro-ministro também disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um telefonema, que o ocorrido na igreja foi um “erro”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em uma entrevista coletiva na quinta-feira.
Questionada sobre a opinião de Trump sobre o ataque, Leavitt o descreveu como “uma reação nada positiva”.
As IDF (Forças de Defesa de Israel) reconheceram que o ataque atingiu a igreja “por engano”.
“Uma investigação inicial sobre relatos de feridos na Igreja da Sagrada Família, na Cidade de Gaza, sugere que fragmentos de um projétil disparado durante uma atividade operacional na área atingiram a igreja por engano”, afirmaram as IDF em um comunicado na quinta-feira (17). “A causa do incidente está sendo investigada.”
Igreja atingida diretamente
O cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, disse ao Vatican News que a igreja foi atingida “diretamente” por um tanque na manhã de quinta-feira.
O pároco, padre Gabriel Romanelli, ficou ferido no ataque, informou o patriarcado, juntamente com vários outros. Romanelli é um argentino que atua em Gaza há quase 30 anos.
Os três mortos foram identificados como Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Abu Dawood. Vários outros também ficaram feridos.
Imagens verificadas pela CNN mostraram que a igreja foi danificada no ataque, mas o crucifixo no topo do telhado da igreja parecia intacto.
A igreja já havia sido atacada uma vez em meio à guerra de Israel em Gaza. Em dezembro de 2023, um atirador militar israelense atirou e matou duas mulheres que estavam abrigadas lá dentro, segundo o patriarcado.
A paróquia é conhecida internacionalmente por sua estreita ligação com o falecido papa Francisco, que falava com a paróquia quase diariamente enquanto a guerra avançava.
Acredita-se que apenas cerca de mil cristãos viviam em Gaza antes dos ataques de 7 de outubro, sendo um território predominantemente muçulmano.
Cessar-fogo em discussão
Enquanto isso, as negociações de cessar-fogo para encerrar a guerra no território palestino, que, segundo autoridades palestinas, já matou mais de 58 mil pessoas, continuam.
Israel pode mostrar flexibilidade em um ponto crucial das negociações, disseram fontes à CNN, enquanto os negociadores tentam preencher as lacunas que impedem a primeira pausa em meses de combates.
Especificamente, pode haver alguma flexibilidade por parte de Israel quanto à potencial retirada de suas tropas do Corredor Morag — uma importante zona de segurança israelense no sul da Faixa de Gaza — disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNN na quinta-feira (17).
O corredor foi estabelecido pelas forças israelenses em abril com a intenção declarada de dividir Gaza e exercer maior pressão sobre o Hamas. Seu nome faz referência ao assentamento judaico de Morag, que ficava entre as cidades de Khan Younis e Rafah, no sul do território.
Os EUA haviam mencionado a perspectiva de um acordo rápido nas negociações, que ganharam impulso após um acordo encerrar o breve conflito entre Israel e Irã no mês passado. Mas dias de negociações não produziram nenhum avanço.
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