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Conflito entre Israel e Irã pode afetar preço dos combustíveis no Brasil, aponta economista

A recente escalada do conflito entre Israel e Irã pode pressionar o mercado internacional de petróleo e ter reflexos diretos nos preços praticados no Brasil, especialmente dos combustíveis. A análise é do economista Paulo Kliass, em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
“É muito difícil afirmarmos com certeza as gravidades de um aprofundamento dessa guerra patrocinada por Israel. Mas, de qualquer maneira, o que observamos é que sempre que há conflitos internacionais, como foi a guerra da Ucrânia com a Rússia mais recentemente, e outros anteriores, o petróleo é uma das mercadorias do mundo que mais é afetada”, afirma Kliass.
O Irã é um dos maiores produtores de petróleo do planeta, com cerca de 2,7 milhões de barris por dia. Diante da tensão geopolítica, o preço do barril subiu de US$ 61 para US$ 72 nos mercados futuros (o preço atual de um produto que será entregue no futuro, com base nas expectativas do mercado). Apesar de o Brasil não integrar formalmente a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Kliass explica que o país ainda é fortemente impactado pelas oscilações internacionais.
“O Brasil acaba se comprometendo em promover alterações de elevação de preço, por exemplo, dos derivados de gasolina, diesel, gás de cozinha e querosene de aviação, a partir das mudanças do preço do petróleo justamente na Opep, no mercado internacional, o que é um absurdo, um contrassenso total”, critica.
A paridade de preço de importação foi adotada no governo de Michel Temer (MDB), mantida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e segue em vigor. Para o economista, a política deveria ser revista. “O que deveria [fazer] a Petrobras é estabelecer os preços derivados a partir dos seus custos internos porque o Brasil tem condições de ser soberano na produção de petróleo”, defende.
Caso o conflito no Oriente Médio se intensifique, o Brasil pode enfrentar novos aumentos nas bombas e impactos inflacionários. Kliass pondera, no entanto, que o cenário ainda é incerto. “Se houver uma solução, eventualmente, de uma negociação, ou Israel recuar ou for pressionado pelos países europeus, pode ter algum grau de calmaria no chamado mercado futuro”, explica.
Por outro lado, o economista lembra que os preços atuais estão longe dos patamares mais altos já registrados. “Em 2022, no auge da [pandemia de] Covid, o preço do petróleo estava muito mais alto do que está agora: chegou a 130 dólares cada barril”, pontua.
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