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Homem acusado de lançar carro contra manifestantes tem fiança negada
Defensoria pública não representará jovem; próxima audiência será no dia 25 de agosto
James Alex Fields Jr., de 20 anos, o homem apontado pela polícia como o responsável por atirar o carro contra manifestantes no último sábado em Charlottesville, nos EUA, teve fiança negada nesta segunda-feira (14) em uma audiência na qual participou por vídeo-conferência.
No sábado, Fields dirigia uma Dodge Challenger em alta velocidade e lançou o carro contra um grupo de pessoas que protestava contra a marcha da extrema-direita dos EUA, que é contra negros, imigrantes, gays e judeus. Uma mulher de 32 anos morreu e 33 pessoas ficaram feridas. A vítima do atropelamento foi Heather Heyer, que trabalhava em um escritório de advocacia na Virgínia e era uma defensora de direitos civis nas redes sociais. Fields foi detido logo depois do atropelamento e está em uma prisão de Virgínia.
Fields recebeu acusações por matar e ferir os protestantes. O juiz Robert Downer afirmou que ele não terá direito a fiança, pelo menos até que ele encontre o advogado que foi apontado pela corte, após a defensoria pública dizer que não poderia representá-lo. Downer disse que foi informado pela defensoria que não poderia representar Fields porque o familiar de um de seus funcionários ficou ferido no protesto de sábado.
Fields respondeu às perguntas do juiz dizendo simplesmente “sim, senhor” ou “Não, senhor”. Ele disse que não tem relação com a comunidade de Charlottesville.
James Alex Fields Jr. jogou um carro contra uma multidão em Charlottesville, na Virgínia, nos Estados Unidos, no sábado (12) (Foto: Albemarle-Charlottesville Regional Jail via AP)
O juiz marcou a próxima audiência para o dia 25 de agosto.
Fascinado pelo nazismo
Um ex-professor de Fields afirmou que ele era fascinado pelo nazismo, idolatrava Adolf Hitler e tinha convicções “profundas e radicias” sobre raça. A mãe, porém, disse ter ficado surpresa de ver o filho envolvido no violento confronto.
O professor Derek Weimer, que ensina estudos sociais no Randall K. Cooper High School (Kentucky), afirmou que era bastante claro que seu ex-aluno tinha “algumas visões realmente extremistas e talvez um pouco de raiva por atrás delas". Para o professor, ele se sentia “oprimido ou perseguido”. “Ele realmente comprou essa coisa da supremacia branca. Ele era defensor do nazismo. Ele realmente admirava Adolf Hitler", declarou.
Segundo informações do jornal “The New York times”, Fields nasceu no Condado de Kenton e morava com a mãe até se mudar para Ohio há cerca de seis meses. A mudança de endereço aconteceu em virtude do trabalho de James. O pai de James morreu antes de ele nascer, informou Pam Fields, uma tia dele. Segundo ela, os dois não se viam há tempos, mas se recorda do sobrinho como um “garoto bastante tranquilo”.
'Repugnantes' neonazistas
Nesta segunda, o presidente Donald Trump determinou uma investigação sobre o ataque, e assegurou que os envolvidos no incidente serão punidos. A investigação, segundo Trump, vai envolver o FBI e o procurador-geral do país, Jeff Sessions.
"O racismo é maligno e aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo KKK, neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos de ódio que são repugnantes para tudo o que defendemos como americanos", disse Trump na Casa Branca.
Desde o começo do final de semana, Trump estava sob intensa pressão política, tanto de democratas quanto dos próprios republicanos, por não ter nomeado os grupos extremistas em sua declaração logo após os confrontos em Charlottesville.
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