Mundo
Às vésperas de eleição da Constituinte, opositores bloqueiam ruas de Caracas
Eleição da Assembleia Nacional Constituinte, que é rejeitada pela oposição, será no próximo domingo
Opositores ao governo de Nicolás Maduro bloquearam as principais ruas de Caracas nesta sexta-feira (28), dois dias antes da eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente.
Debaixo de chuva, pequenos grupos começaram a bloquear as ruas da capital, depois de concluir uma greve geral de 48 horas durante a qual oito pessoas morreram em protestos.
Nesta quinta, Maduro proibiu em todo o país manifestações que atrapalhem a eleição, mas a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu que os protestos prossigam até domingo, dia da votação. O governo ameaçou com prisão de cinco a 10 anos quem boicotar a ordem, medida rejeitada pela Anistia Internacional.
A recente onda de protestos deixou mais de 100 mortos na Venezuela. A Constituinte aumentou a tensão em um país polarizado e mergulhado - apesar de sua riqueza petroleira - em uma profunda crise, com uma inflação absurda e grave escassez de alimentos e remédios.
Jovens desviam de bloqueio em avenida de Caracas nesta sexta-feira (28) (Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares)
Maduro, cuja gestão é rejeitada por 80% da população, segundo o Datanálisis, assegura que a Constituinte garantirá a paz e a recuperação econômica. Ele acusa seus adversários de tentar fazer um golpe de Estado com o apoio dos estados Unidos e que governo vizinhos da América Latina e da Europa estão sendo submissos ao "império".
A MUD decidiu não participar da votação, alegando que a Constituinte convocada sem referendo foi elaborada pelo governo para criar uma Carta Magna que instaurará uma ditadura no país.
Mulheres pulam arame farpado usado para bloquear rua de Caracas nesta sexta-feira (28) (Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares)
Violinista preso
O jovem venezuelano que ficou famoso por tocar violino nas manifestações contra Maduro foi preso na quinta por militares durante uma mobilização em Caracas, denunciou a ONG Foro Penal.
Wuilly Arteaga, de 23 anos, faz agora parte das 4.500 pessoas presas nos quase quatro meses de manifestações. No último sábado, Arteaga foi ferido no rosto por uma bala de borracha.
Arteaga ficou famoso ao tocar violino no funeral de um jovem músico de 18 anos, Armando Cañizales, morto em 3 de maio após ser baleado durante uma passeata.
Imagem de arquivo mostra violinista em protesto na Venezuela (Foto: Reuters/Carlos Garcia Rawlins)
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