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Coreia do Norte testa outro míssil balístico e coloca EUA sob alcance

Míssil, que buscou "distância máxima", voou por 47 minutos e 12 segundos e chegou a uma altitude máxima de 3.724,9 quilômetros

Por Reuters 28/07/2017 22h40
Coreia do Norte testa outro míssil balístico e coloca EUA sob alcance
Reprodução - Foto: Assessoria

A Coreia do Norte disparou um míssil nesta sexta-feira que especialistas dizem ser capaz de atingir Los Angeles e outras cidades norte-americanas, provocando resposta de Estados Unidos e Coreia do Sul, que realizaram exercício conjunto de mísseis.

A Coreia do Norte confirmou no sábado (horário local) seu segundo lançamento de um míssil balístico intercontinental realizado na sexta e disse se tratar de um "alerta grave" para os EUA, informou a agência de notícias estatal do país.

O míssil, que buscou "distância máxima", voou por 47 minutos e 12 segundos e chegou a uma altitude máxima de 3.724,9 quilômetros, disse a Coreia do Norte. O míssil percorreu 998 quilômetros e teve sucesso em reafirmar a capacidade de reentrada de seu foguete, afirmou o país.

O teste foi uma ordem do líder norte-coreano, Kim Jong Un, que disse, segundo a agência, que o programa de armas do país é um ativo inestimável que não pode ser substituído e do qual não se pode voltar atrás.

O incomum lançamento tarde da noite aumentou a irritação em Washington, Seul e Tóquio pelo desenvolvimento contínuo de Pyongyang de armas nucleares e mísseis balísticos intercontinentais (ICBM). O teste desta sexta-feira fez com que autoridades militares dos EUA e Coreia do Sul discutissem opções de respostas militares.

As forças militares do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, já haviam levantado preocupações anteriormente neste mês com seu primeiro lançamento de um ICBM.

“Como resultado de seus lançamentos de mísseis em nível-ICBM, isto claramente demonstra que a ameaça à segurança de nossa nação é grave e real”, disse o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que planejou convocar um encontro de seu Conselho Nacional de Segurança.

A autoridade militar mais graduada dos EUA, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas Joseph Dunford, e o almirante Harry Harris, comandante do Comando do Pacífico dos EUA, conversaram por telefone com a principal autoridade militar da Coreia do Sul, o general Lee Sun-jin, para discutir opções de respostas militares ao lançamento.

O governo Trump havia dito que todas as opções estão na mesa, incluindo opções militares, mas também deixou claro que diplomacia e sanções são o curso preferido.

Após um encontro do Conselho Nacional de Segurança da Coreia do Sul, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse querer que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas discuta novas e mais firmes sanções contra a Coreia do Norte, informou a presidencial Casa Azul.

Posteriormente, os Estados Unidos e a Coreia do Sul realizaram um exercício de mísseis balísticos de fogo vivo em demonstração do poder de fogo que chefes conjuntos da Coreia do Sul disseram mostrar suas capacidades para um “ataque preciso contra a liderança do inimigo”, relatou a Yonhap.

Os dois aliados haviam realizado um exercício similar após teste da Coreia do Norte anteriormente neste mês.

O lançamento na província norte-coreana de Jangang, no norte do país, aconteceu às 11h41, no horário de Brasília, disse uma autoridade do gabinete do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse que o míssil norte-coreano voou por cerca de 45 minutos, antes de aparentemente aterrissar em águas da zona econômica exclusiva do Japão.

Autoridades dos EUA disseram que a Agência de Inteligência de Defesa (DIA), a agência de espionagem do Pentágono, determinou que a Coreia do Norte será capaz de colocar em campo um míssil balístico intercontinental confiável de capacidade nuclear no próximo ano, mais cedo do que pensado anteriormente.

Jeffrey Lewis, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, na Califórnia, disse que o lançamento mostrou que Los Angeles está dentro de alcance de um míssil norte-coreano, com Chicago, Nova York e Washington pouco fora de alcance.

“Eles podem não ter demonstrado o alcance total. Os modelos de computador sugerem que pode atingir todos estes alvos”, disse.