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Trump diz que demissão de diretor do FBI aliviou pressão de investigação
Investigação identificou autoridade da Casa Branca como pessoa de interesse, diz "Washington Post"
O conteúdo da reunião do presidente americano Donald Trump com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, realizada na Casa Branca na semana passada voltou à tona nesta sexta-feira (19). Uma reportagem publicada pelo jornal "New York Times" revela agora que Trump afirmou aos russos naquela reunião que a demissão do diretor do FBI James Comey aliviou uma "grande pressão" da investigação sobre os supostos laços de membros de sua equipe com a Rússia.
"Eu enfrentei grande pressão por causa da Rússia. Isso acabou", disse Trump de acordo com um relatório da reunião, que foi lido por uma autoridade do governo para jornalistas do "NYT". O presidente também teria afirmado: "Acabo de demitir o chefe do FBI. Ele era maluco".
O encontro aconteceu no dia seguinte à demissão de Comey. Ao justificar sua decisão, o presidente disse que Comey não conseguia "liderar efetivamente", que uma nova liderança era necessária e que seguia recomendações do procurador-geral, Jeff Sessions, e do vice-procurador-geral, Rod Rosenstein. A recomendação de demissão cita a maneira como Comey tratou do escândalo envolvendo e-mails da então candidata presidencial democrata Hillary Clinton no ano passado.
Democratas como o congressista Al Green defendem um processo de impeachment contra Trump por, segundo eles, o presidente obstruir a Justiça com a demissão de Comey.
Nesta semana também foi revelado pela imprensa americana que em fevereiro Trump teria pedido a Comey que encerrasse a investigação sobre a suposta ligação de seu ex-assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, com autoridades russas. O presidente nega ter tentado influenciar o rumo das investigações e se diz alvo de uma "caça às bruxas".
Contatos com russos
O FBI e o Congresso americano apuram a interferência russa na eleição presidencial de novembro e os contatos entre a campanha de Trump e o país governado por Vladimir Putin.
O jornal "Washington Post" afirma nesta sexta que a investigação chegou ao alto nível do governo ao identificar uma atual autoridade da Casa Branca como uma significativa pessoa de interesse nessa ligação. Fontes do jornal afirmam que a pessoa em questão é próxima do presidente.
Funcionários do governo americano afirmaram à agência Reuters que Flynn e outros assessores de campanha de Trump mantiveram contato com autoridades da Rússia e outras com laços com o Kremlin através de ao menos 18 ligações e emails durante os últimos sete meses da corrida presidencial. As interações, até então desconhecidas, fazem parte do registro que está sendo analisado na investigação.
Informações confidenciais
A reunião de Trump com as autoridades russas chamou a atenção do país com a revelação do jornal "Washington Post" de que nela o presidente teria repassado a eles informações confidenciais sobre um plano de ataque do grupo Estado Islâmico (EI) por meio do uso de computadores em voos comerciais.
Essas informações teriam sidas transmitidas ao governo americano por Israel por meio de um acordo de compartilhamento de inteligência considerado tão sensível que os detalhes foram omitidos inclusive dentro do governo americano.
Apesar da revelação de informações confidenciais poder desencadear um problema diplomático, o presidente americano tem autoridade para "desclassificar" informações consideradas secretas. Mas, para a maioria dos funcionários do governo, a revelação de informações secretas seria considerada um ato ilegal.
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